Na tarde de quarta-feira, 15 de janeiro de 2025, um episódio de violência no Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro, levou ao sequestro de dois ônibus, paralisando parte do tráfego na região. As linhas afetadas foram a 638, que conecta Marechal Hermes à Praça Saens Peña, e a 353, que circula entre Gardênia Azul e o Terminal Gentileza. Os criminosos usaram os veículos como barreiras, bloqueando as vias e gerando caos para motoristas e moradores locais. Além disso, foram incendiados vários objetos nas redondezas, dificultando o trabalho das equipes de resgate e segurança.
A Polícia Militar foi acionada imediatamente, enfrentando a complexidade de liberar as vias, já que as chaves dos ônibus haviam sido levadas pelos sequestradores. Segundo o sindicato Rio Ônibus, que representa as empresas de transporte, este é o oitavo caso de sequestro de coletivos em 2025, refletindo uma tendência crescente de violência e prejuízos para o setor de transporte público da cidade.
Os ataques a ônibus no Rio de Janeiro têm se intensificado nos últimos anos, com mais de 1.750 casos registrados em 2024, incluindo 97 sequestros de veículos para bloqueios de vias. Esses crimes não apenas colocam em risco a vida de passageiros e motoristas, mas também geram grandes prejuízos financeiros para as empresas de transporte, além de causarem transtornos para a mobilidade urbana.
A tática de sequestrar ônibus e utilizá-los como barricadas é uma estratégia recorrente de facções criminosas, especialmente em áreas controladas por traficantes. Esses bloqueios complicam as ações policiais e expõem a população a riscos elevados, transformando as ruas em cenários de confronto.
A resposta das autoridades é frequentemente desafiada pela necessidade de remover os veículos bloqueando as vias. Em muitos casos, as equipes da Polícia Militar têm que atuar manualmente ou aguardar apoio técnico para destravar as ruas, o que agrava os transtornos e aumenta o sofrimento dos moradores e dos motoristas. Em episódios como o do Engenho Novo, a situação se torna ainda mais complexa devido à natureza dos ataques e ao tempo necessário para resolver o impasse.
Em 2024, o Rio de Janeiro registrou 97 sequestros de ônibus, e o prejuízo estimado para o setor de transporte público ultrapassou R$ 22 milhões. O mês de janeiro de 2025 já teve oito casos desse tipo, mostrando que a violência contra o transporte coletivo continua em ascensão.
O impacto financeiro não se limita aos danos materiais causados pelos ataques, mas também afeta a operação das empresas de transporte, levando a aumentos nas tarifas e dificultando a prestação do serviço. A situação tem gerado um clima de insegurança constante, afetando não apenas os motoristas, que enfrentam desafios emocionais e psicológicos, mas também os passageiros, que vivem com o medo de serem pegos em situações de risco.
Diante da escalada dos ataques a ônibus, especialistas em segurança e representantes do setor de transporte destacam a urgência de ações mais coordenadas. Entre as sugestões estão o aumento da presença policial nas áreas mais afetadas, o uso de tecnologias de monitoramento e rastreamento, e a instalação de câmeras de segurança nos veículos e pontos estratégicos.
Além disso, as empresas de transporte solicitam apoio governamental para lidar com os prejuízos econômicos gerados pelos ataques, incluindo programas de compensação para danos materiais e a implementação de protocolos de emergência mais eficazes.
O transporte público desempenha um papel essencial nas grandes cidades, e os desafios enfrentados no Rio de Janeiro refletem diretamente na qualidade de vida da população. A recuperação do sistema de transporte depende não apenas de medidas de segurança, mas também da modernização da frota e da melhoria das condições de trabalho para motoristas.
A colaboração entre as empresas de transporte, o governo e a sociedade civil é fundamental para garantir um ambiente mais seguro e eficiente para todos os envolvidos, além de assegurar a continuidade do serviço. Investir em infraestrutura e promover campanhas de conscientização pode ajudar a reduzir os casos de vandalismo e a criar um sistema de transporte mais seguro para a população.
Os ataques aos ônibus geram prejuízos econômicos significativos, não apenas com danos materiais, mas também com a interrupção dos serviços e os custos de reposição de veículos. Além disso, o aumento dos custos operacionais impacta diretamente nas tarifas, afetando ainda mais a população que depende do transporte público.
Com base nesse cenário, é fundamental que o poder público, as empresas de transporte e a sociedade civil se unam para desenvolver políticas que promovam a segurança, a melhoria da infraestrutura e a sustentabilidade do sistema de transporte público, garantindo a qualidade de vida dos cidadãos e a continuidade dos serviços essenciais.