Dólar recua com leilão cambial e inflação controlada pressiona juros longos

A inflação medida pelo IPCA-15 teve variação de 0,36% em maio, conforme dados do IBGE, praticamente em linha com a estimativa mais baixa entre as projeções de analistas (+0,35%)

Na manhã desta terça-feira, 27, o dólar registra desvalorização no mercado à vista, influenciando diretamente a curva de juros, principalmente nos prazos mais longos. Esse movimento ocorre mesmo com a valorização da moeda americana frente a outras divisas internacionais, e está associado à divulgação de um leilão de linha cambial de até US$ 1 bilhão, previsto para as 10h30, com o objetivo de rolar compromissos de julho. A iniciativa ajuda a conter a pressão por demanda adicional de dólares, o que traz alívio ao mercado local.

A inflação medida pelo IPCA-15 teve variação de 0,36% em maio, conforme dados do IBGE, praticamente em linha com a estimativa mais baixa entre as projeções de analistas (+0,35%). O acumulado no ano atingiu 2,80%, enquanto, no recorte de 12 meses, chegou a 5,40%, também muito próximo do limite inferior das expectativas (5,39%).

Na construção civil, o Índice de Confiança do setor, apurado pela FGV, recuou 0,3 ponto neste mês, alcançando 93,3 pontos. Esse resultado sucede uma queda mais acentuada de 1,4 ponto em abril. A média móvel trimestral também apresentou redução de 0,3 ponto, sinalizando uma desaceleração consistente.

O INCC-M, também calculado pela FGV, teve elevação de 0,26% em maio, desacelerando em relação ao avanço de 0,59% registrado no mês anterior. O índice acumula alta de 2,48% em 2025 e de 7,17% no período de 12 meses.

Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que há motivos sólidos para manter os juros nos patamares atuais até que haja maior entendimento sobre o impacto das tarifas na economia.

No setor automotivo europeu, a Tesla viu suas vendas despencarem em abril. A fabricante entregou 7.261 veículos no continente, o que representa uma queda de 49% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram comercializadas 14.228 unidades. Apesar da expansão do mercado de carros elétricos, o desempenho negativo pode estar ligado à imagem pública de Elon Musk e suas recentes posturas políticas.

No mercado de títulos, informações indicando que o governo japonês estuda reduzir a emissão de papéis de vencimento ultralongo provocaram uma queda nos rendimentos dos JGBs, movimento que também influenciou os Treasuries americanos e os bônus europeus. Como consequência, o dólar se valorizou frente ao iene.