Tarcísio tenta amenizar polêmica sobre aumento de seu salário com ajustes no mínimo e servidores

Apesar da estratégia, o pacote gerou insatisfação mesmo entre aliados

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), autorizou um pacote de reajustes salariais que inclui aumento para si próprio, secretários estaduais e servidores. A medida foi aprovada nesta terça-feira (14) pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após semanas de impasse.

Com a mudança, o salário de Tarcísio subirá para R$ 36,3 mil. O vice-governador, Felício Ramuth, passará a receber R$ 34,4 mil, enquanto secretários estaduais terão vencimentos de R$ 32,6 mil. A proposta tramitava de forma discreta, mas avançou rapidamente após aprovação de um novo texto nas comissões. A única resistência veio do PSOL, que criticou o reajuste ao chefe do Executivo.

A justificativa oficial para a medida foi o reajuste no teto salarial do funcionalismo estadual. Em paralelo, o governo anunciou um aumento de 10% no salário mínimo paulista, agora fixado em R$ 1.804. Para os servidores que recebem abaixo desse valor, um abono complementar foi proposto. Já os demais funcionários públicos, incluindo aposentados, terão reajuste de 5%, abaixo da inflação dos últimos dois anos.

Apesar da estratégia, o pacote gerou insatisfação mesmo entre aliados. Deputados da base reclamaram dos valores, considerando-os insuficientes, principalmente para os profissionais da segurança pública. Entidades como o sindicato dos delegados apontaram defasagens acumuladas e pressionam por ajustes na nova Lei Orgânica da Polícia Civil, prevista ainda para este ano.

Mesmo com ressalvas, o PT votou favoravelmente, alegando que não queria barrar o que classificou como “pouco, mas necessário”.