Após participar de uma nova audiência na Corte de Apelação de Roma, Itália, nesta quarta-feira (27), a deputada Carla Zambelli (PL-SP) retornou ao cárcere de Rebibbia sem que houvesse uma decisão definitiva sobre se aguardará a tramitação do processo de sua extradição dentro ou fora da prisão.
Ao encerrar a sessão, que durou cerca de uma hora, o tribunal optou por tomar a decisão de forma reservada, comunicando o resultado apenas aos advogados. Embora não tenha sido divulgado um prazo oficial, espera-se que a definição ocorra nos próximos dias.
Zambelli está detida desde o final de julho, e sua defesa alega que seu estado de saúde é incompatível com a prisão, solicitando que medidas menos restritivas sejam adotadas, como a prisão domiciliar.
Para fundamentar a decisão, o tribunal solicitou uma perícia médica sobre as condições clínicas da deputada. O laudo apresentado durante a audiência concluiu que ela pode permanecer na prisão, mesmo com distúrbio depressivo e dificuldades relacionadas ao sono, pois não foi identificado risco de morte, e os tratamentos necessários podem ser realizados na penitenciária. Zambelli foi examinada pessoalmente e sua documentação médica foi avaliada.
A parlamentar fugiu para a Itália para escapar de uma condenação de dez anos de prisão determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ela é acusada de participação na invasão do sistema do CNJ para emitir um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Na defesa italiana, o advogado Pieremilio Sammarco busca demonstrar que o processo apresenta “anomalias”, destacando que “a vítima do suposto crime é a mesma pessoa que fez a sentença, que decidiu pela execução da sentença e que decidiu a apelação”. Zambelli afirma ser vítima de perseguição política no Brasil.
Na última sexta-feira (22), a deputada também foi condenada pelo STF a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto por outro episódio, em que sacou e apontou uma arma a um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022.