O FBI realizou, nesta sexta-feira (22), operações de busca na residência e no escritório de John Bolton, ex-assessor de segurança nacional durante o primeiro mandato de Donald Trump.
De acordo com fontes ouvidas pela Associated Press (AP), a ação está ligada a uma investigação sobre possível retenção de documentos sigilosos relacionados à segurança nacional. Os mandados foram cumpridos na casa de Bolton, em Maryland, e em seu escritório, em Washington, D.C..
Apesar das diligências, Bolton — que depois de deixar o governo tornou-se um dos principais críticos do republicano — não foi preso nem formalmente acusado.
O diretor do FBI, Kash Patel, comentou o episódio nas redes sociais, escrevendo que “NINGUÉM está acima da lei” e que os agentes estavam “em missão”. Em tom semelhante, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, declarou: “A segurança dos Estados Unidos não é negociável. A justiça será feita. Sempre”.
Bolton, que deixou a Casa Branca em setembro de 2019 após divergências com Trump sobre a condução da política externa, já havia relatado em entrevistas anteriores que sofreu represálias por sua postura crítica. À ABC News, neste mês, ele afirmou que Trump havia “ido atrás dele” ao retirar sua proteção pessoal, acrescentando: “Acho que esta é uma presidência de retaliação”.
Ainda no início de 2021, após a posse de Joe Biden, Bolton contou que o democrata havia prorrogado sua proteção pelo Serviço Secreto, mas que Trump havia cancelado a medida posteriormente, além de cortar seu acesso a relatórios de inteligência.
A relação entre os dois se desgastou de forma irreversível após sucessivos embates sobre decisões estratégicas de política externa. O rompimento foi aprofundado com a publicação do livro “The Room Where It Happened”, no qual Bolton fez críticas duras ao então presidente. O governo Trump tentou barrar a obra, alegando que ela expunha informações confidenciais que poderiam ameaçar a segurança nacional.
Além disso, Bolton chegou a afirmar que, entre 2021 e 2022, foi alvo de uma conspiração iraniana para assassiná-lo, em retaliação à morte do general Qassem Soleimani, abatido em janeiro de 2020 por ordem de Trump em um ataque de drones no Iraque.