Brasil identifica três novas drogas em circulação com alerta rápido do governo

Duas dessas substâncias foram detectadas no produto industrializado estrangeiro Magic Mushroom Gummies, da marca norte-americana TRE House

Pela primeira vez, o governo federal identificou a presença de três novas drogas em circulação no país por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR), vinculado ao Ministério da Justiça.

Duas dessas substâncias foram detectadas no produto industrializado estrangeiro Magic Mushroom Gummies, da marca norte-americana TRE House, já observado anteriormente em países como Chile, Canadá e Bélgica. A terceira droga surgiu após exames realizados em um paciente que relatou ter ingerido álcool junto a um comprimido, revelando a presença do n-pirrolidino protonitazeno, um opioide sintético da classe dos nitazenos, previamente registrado em nações como Canadá, França e Alemanha.

De acordo com a Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos), a inclusão dessas substâncias nos controles nacionais ocorreu em apenas 19 dias após a notificação inicial. O SAR funciona coletando, analisando e divulgando informações sobre novas drogas e possíveis adulterações que representem risco à saúde e à segurança pública.

O sistema monitora tendências de consumo e permite que qualquer pessoa faça notificações, que são avaliadas por um comitê técnico da Senad. Dependendo da gravidade e do contexto, o caso pode gerar registro, informe técnico ou boletim de alerta. Em agosto, por exemplo, o SAR divulgou alertas sobre os nitazenos, detalhando os riscos, sinais de intoxicação e medidas de prevenção.

Os nitazenos foram originalmente desenvolvidos na década de 1950 como analgésicos, mas devido à alta potência e ao potencial viciante, nunca foram aprovados para uso médico. Podem ser ingeridos, injetados ou inalados, e seu consumo combinado com álcool ou outras drogas aumenta consideravelmente o risco de overdose e morte.

Além da atuação interna, o Brasil está estruturando uma rede regional de cooperação com Argentina, Paraguai e Chile para troca rápida de informações sobre novas drogas na fronteira, acelerando a circulação de alertas em poucos dias, seguindo modelos já adotados internacionalmente.