Implante Implanon passa a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde

Para a ginecologista Ana Paula Fabrício, a medida amplia o acesso das mulheres a um contraceptivo eficaz, duradouro e confortável

A partir desta segunda-feira (1º), o implante contraceptivo hormonal Implanon passa a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde para pessoas entre 18 e 49 anos.

O Implanon oferece proteção contra a gravidez por até três anos, atuando com a liberação de etonogestrel, derivado sintético da progesterona — hormônio fundamental no ciclo menstrual e na gestação. Recentemente, o método também foi incorporado ao SUS, com previsão de estar disponível na rede pública ainda neste ano.

Para a ginecologista Ana Paula Fabrício, a medida amplia o acesso das mulheres a um contraceptivo eficaz, duradouro e confortável, especialmente para as mais jovens. “O método elimina o risco de esquecer a pílula diária, garantindo mais segurança contra uma gestação não planejada, que pode representar riscos para mãe e bebê”, explica a médica.

Ela ressalta, porém, que o Implanon não é indicado para todas as pacientes. É contraindicado para mulheres com histórico ou diagnóstico atual de câncer de mama, doenças hepáticas graves, sangramentos vaginais sem causa definida ou alergia conhecida ao etonogestrel.

A inserção do implante é um procedimento simples, realizado em consultório com anestesia local. O dispositivo é uma pequena haste flexível colocada sob a pele do braço com um aplicador, e a remoção também é feita em ambiente ambulatorial com uma pequena incisão. Efeitos adversos possíveis incluem hematomas, dor ou inchaço no local; infecções são raras e geralmente associadas a erros técnicos.

O Implanon e o DIU são métodos contraceptivos reversíveis de longa duração oferecidos pelo SUS e com cobertura obrigatória pelos planos de saúde. A principal diferença entre eles está na eficácia: o Implanon apresenta taxa de falha de 0,05%, enquanto a do DIU varia entre 0,2% e 0,8%, dependendo do tipo.

Caso a operadora se recuse a oferecer o serviço, o beneficiário deve contatar o plano de saúde e, se não houver solução, recorrer à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) pelos canais oficiais.

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) orientou suas 140 operadoras associadas a cumprirem a determinação da ANS. Em nota, a entidade afirmou: “A Abramge reafirma seu compromisso com o fortalecimento do sistema de saúde suplementar, garantindo não apenas a continuidade da assistência aos 52,9 milhões de beneficiários, mas também a expansão de forma sustentável e com qualidade.”