O Exército de Israel ordenou nesta terça-feira (9) a evacuação total da Cidade de Gaza, principal centro populacional do enclave palestino. A medida é parte de uma ofensiva destinada a tomar o controle completo do território, no que Israel classifica como guerra contra o Hamas. O aviso foi divulgado pela manhã na rede social X e repercutido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O porta-voz das Forças Armadas israelenses, Avichay Adraee, declarou que as tropas atuarão na região com máxima força e determinou que os habitantes deixem imediatamente a cidade, seguindo pelo eixo Al Rashid. Além disso, aviões lançaram panfletos orientando a população a se deslocar. Nas últimas semanas, a movimentação de carros e pessoas fugindo da região aumentou significativamente, segundo relatos da agência AFP.
Esta é a primeira ordem de evacuação total desde o início do plano de tomada de Gaza, em agosto. Até agora, apenas ordens parciais haviam sido emitidas, direcionadas a bairros específicos.
A ofensiva, no entanto, contraria apelos de países ocidentais e de organizações humanitárias, que pedem a interrupção das ações. Negociadores internacionais aguardam uma resposta de Netanyahu sobre a proposta de cessar-fogo intermediada pelo Egito, aceita pelo Hamas. Os Estados Unidos apresentaram um novo acordo de cessar-fogo na segunda-feira (8), mas Israel ainda não se posicionou.
Segundo o Exército israelense, cerca de 40% da cidade, localizada no norte da Faixa de Gaza, já está sob controle das tropas. O avanço militar visa neutralizar o Hamas e libertar reféns ainda mantidos em cativeiro. Entre os alvos destruídos está a torre Al Ruya, um dos prédios mais altos da região, classificado por Israel como uma “torre terrorista”. Moradores, por sua vez, afirmam que a destruição é generalizada. Na segunda-feira (8), quatro soldados israelenses morreram após um ataque com artefato explosivo a um tanque.
O Hamas denuncia que os ataques provocam deslocamento forçado da população civil e classificam as ações israelenses como violações das leis internacionais. O grupo lembra que iniciou o conflito em 7 de outubro de 2023 com um ataque que resultou na morte de 1.219 pessoas em Israel, principalmente civis, de acordo com dados oficiais compilados pela AFP.
Em Gaza, pelo menos 39 pessoas morreram nesta segunda-feira (8) devido aos ataques israelenses, elevando para mais de 64 mil o número de vítimas fatais desde o início da guerra, segundo informações da Defesa Civil local.