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Líder chinês apresenta plano para fortalecer cooperação econômica e segurança na Ásia

Por Brasil Direto

Ao término da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX) nesta segunda-feira (1º) em Tianjin, o presidente chinês Xi Jinping apresentou a chamada Iniciativa de Governança Global, direcionada a todos os países, com o objetivo de promover a construção de um sistema internacional considerado mais justo e racional.

Xi ressaltou que, 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e a criação da ONU, novas ameaças e desafios estão se intensificando, e que o mundo entrou em um período de turbulência e transformação, colocando a governança global em uma encruzilhada inédita. Ele defendeu a igualdade soberana entre os países, a participação de todos nas decisões internacionais, o respeito à lei internacional conforme a Carta da ONU, a prática do multilateralismo mantendo a autoridade da ONU, abordagens centradas nas pessoas e foco em ações concretas.

Sobre a OCX, Xi destacou que a organização deve funcionar como uma força de estabilização em um cenário global turbulento, mantendo abertura e cooperação econômica em áreas como energia e inteligência artificial. Durante seu discurso matinal, ele detalhou que a organização de segurança asiática deve priorizar a integração econômica e apoiar a ordem multipolar, com a Organização Mundial do Comércio (OMC) no centro desse processo.

O líder chinês confirmou a intenção de criar um banco de desenvolvimento da OCX, destinado a fornecer apoio mais sólido à cooperação econômica e de segurança entre os países-membros, com ampliação de investimentos e empréstimos. Ele também enfatizou a necessidade de alinhar melhor as estratégias de desenvolvimento, impulsionar a implementação da Iniciativa Cinturão e Rota, explorar os pontos fortes dos grandes mercados dos membros e intensificar a complementaridade econômica, incluindo medidas para facilitar comércio e investimentos.

Xi defendeu ainda que a gestão da OCX deve ser guiada pelo pragmatismo e eficiência, propondo reformas que fortaleçam recursos e capacitação, aperfeiçoem os mecanismos organizacionais, tornem a tomada de decisões mais científica e aumentem a eficácia das ações. Nesse contexto, dois órgãos estratégicos serão lançados em breve: um centro para ameaças à segurança e outro voltado ao combate às drogas.

Segundo o presidente chinês, a OCX se tornou a maior entidade regional do mundo, reunindo 26 países, atuando em mais de 50 áreas de cooperação e representando uma economia agregada próxima de US$ 30 trilhões, evidenciando seu potencial para influenciar a estabilidade e o crescimento globais. Ele ressaltou que o grupo estabeleceu um modelo para um novo tipo de relações internacionais e se opõe à interferência externa nos assuntos dos países-membros.

A cúpula de Tianjin contou com a presença de líderes como o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, além de representantes de países da Ásia Central, Egito e Belarus. O encontro também marcou a integração mais ampla da Índia à OCX, em um momento de tensões comerciais com os Estados Unidos, que impuseram tarifas de 50% sobre produtos indianos pouco antes da reunião.

Criada em 2001 por China, Rússia e outros países com foco na segurança da Ásia Central, a OCX não se apresenta formalmente como oposta aos EUA, mas Xi mencionou que o grupo se posiciona contra a mentalidade de Guerra Fria e práticas de intimidação, em referência indireta às políticas americanas. Vale lembrar que os Estados Unidos solicitaram filiação ao grupo em 2005, mas o pedido não foi aceito.

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