A Polícia Civil do Rio Grande do Sul apura a identidade e a origem dos restos mortais encontrados dentro de uma mala na rodoviária de Porto Alegre, na última segunda-feira (1º).
O objeto estava guardado no setor de guarda-volumes desde 20 de agosto, mas até agora não se sabe quem o deixou no local. Funcionários perceberam um forte odor vindo da bagagem e acionaram a Brigada Militar. Antes disso, a administração da rodoviária havia tentado contato com o telefone registrado pelo responsável pela mala, mas não obteve resposta.
O delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, explicou que a principal suspeita é de que o corpo seja de uma mulher, informação que depende da confirmação da perícia. Ele avaliou que, pelas circunstâncias, não há indícios claros de envolvimento com disputas de facções criminosas, como em outros casos de esquartejamento já registrados em Porto Alegre. Para ele, a linha de investigação mais consistente aponta para um crime de caráter pessoal, possivelmente feminicídio, ainda sem confirmação oficial.
Segundo nota da Brigada Militar, ao abrir a mala em um espaço de descarte dentro da rodoviária, constatou-se que havia restos humanos, aparentemente parte do tronco da vítima. O setor foi isolado para coleta de evidências.
Enquanto o Instituto-Geral de Perícias realiza exames no corpo e na bagagem, os investigadores analisam imagens de câmeras de segurança e colhem depoimentos. Souza destacou que a descoberta é “absolutamente incomum” em um espaço de grande circulação como a rodoviária da capital gaúcha, considerada a mais movimentada do estado e uma das principais do país.
A polícia também investiga uma possível conexão com outro caso semelhante, registrado em 13 de agosto, quando partes de um corpo foram encontradas na zona leste da cidade. A confirmação dessa relação dependerá dos resultados periciais.
O caso está sob responsabilidade da 2ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, com apoio da 1ª Delegacia de Homicídios da Capital e da Delegacia de Desaparecidos.