O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira (24/10) que os Estados Unidos estão “inventando uma guerra” contra o país. A declaração ocorreu após o governo norte-americano enviar o porta-aviões USS Gerald R. Ford e reforçar sua presença militar no Mar do Caribe, em meio a ameaças do presidente Donald Trump de iniciar operações terrestres na região.
Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, a medida faz parte das ações de combate ao “narcoterrorismo” e tem como objetivo “detectar, monitorar e desmantelar atividades ilícitas” que coloquem em risco a segurança norte-americana e do Hemisfério Ocidental. O porta-aviões Gerald R. Ford, considerado o maior do mundo em operação, se juntará a uma frota de navios de guerra que já atua na região. Caças F-35 também foram deslocados para uma base em Porto Rico.
“A presença reforçada das forças norte-americanas na Área de Responsabilidade do USSOUTHCOM reforçará a capacidade dos EUA de detectar, monitorar e desmantelar atividades e atores ilícitos que comprometam a segurança e a prosperidade do território nacional dos Estados Unidos e nossa segurança no Hemisfério Ocidental”, disse Sean Parnell, porta-voz do Pentágono, na rede social X.
Desde agosto, forças norte-americanas bombardearam 10 embarcações próximas à costa da Venezuela e no Oceano Pacífico, resultando em, pelo menos, 43 mortes. Washington afirma que os barcos eram utilizados por traficantes de drogas, mas o governo venezuelano vê as ações como tentativas de desestabilização.
Durante um pronunciamento transmitido em rede nacional, Maduro criticou a operação e acusou os Estados Unidos de criar um pretexto para intervir militarmente. “Eles estão inventando uma nova guerra eterna. Os Estados Unidos inventam um relato extravagante, vulgar e criminoso, já comprovadamente falso”, disse.
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O líder venezuelano também defendeu que o país é livre da produção de coca e cocaína e afirmou que o governo trabalha para eliminar o pequeno percentual de tráfico que ainda passa por seu território. O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, classificou o aumento da presença militar norte-americana como uma “ameaça contra a Venezuela, a América Latina e o Caribe”.
Nessa quinta-feira (23/10), Donald Trump havia afirmado que forças dos EUA iniciarão operações terrestres na região “em breve”, para combater cartéis de drogas. Tanto Maduro quanto o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, estão na mira de Washington, sob a acusação de manter ligações com organizações do narcotráfico, acusação que ambos negam.