O policial penal Henrique André Venturini, morto em um assalto enquanto fazia viagens de aplicativo, salvou a vida de uma mulher, vítima de tentativa de feminícidio, em março de 2024, no Riacho Fundo (DF).
Mesmo fora de serviço, Venturini desarmou o agressor responsável por esfaquear a ex-companheira e evitou que o conflito resultasse na morte de mais pessoas.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) reconheceu oficialmente a bravura de Venturini e encaminhou ofício à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape).
“O servidor estava fora de serviço e, mesmo em inferioridade numérica, agiu com notável habilidade e presença de espírito, neutralizando uma situação de grave risco em área de alta vulnerabilidade, demonstrando plena dedicação à proteção da vida e à segurança pública”, pontuou o MPDFT.
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O promotor de justiça César Augusto Nardelli ressaltou a atuação do policial na segurança pública. “Lamentamos profundamente a morte do policial penal Henrique Venturini, vítima de um latrocínio covarde praticado por um criminoso adulto e dois adolescentes infratores”, argumentou.
Segundo Nardelli, o Ministério Público irá buscar a punição firme e justa aos autores. “E se solidariza com a família do policial penal, cuja ação heroica no Riacho Fundo foi lembrada recentemente no julgamento de uma tentativa de feminicídio”, concluiu.
Denúncia
O MPDFT denunciou, na quarta-feira (22/10), João Paulo Rodrigues Pereira pelo latrocínio, roubo seguido de morte, do policial penal Henrique André Venturini.
Na denúncia, o MPDFT também solicitou uma indenização mínima de R$ 300 mil aos familiares dependentes do policial penal. João Paulo também foi acusado de corrupção de dois menores envolvidos no crime.
O crime
O crime foi cometido no dia 13 de outubro, por volta das 19h20, em via pública próxima ao Centro de Ensino Lobo Guará, no Riacho Fundo II.
O policial penal não estava em serviço no momento do ocorrido e trabalhava como motorista de aplicativo nas horas vagas para complementar a renda familiar.
De acordo com a denúncia, uma hora antes do crime, João Paulo cadastrou-se em uma plataforma de aplicativo utilizando nome falso e solicitou uma corrida.
Segundo o MPDFT, João Paulo e mais dois adolescentes entraram no carro de Henrique já com objetivo de cometer crimes, portando facas e um facão.
Assalto
No trajeto, os três criminosos anunciaram o assalto. Em legítima defesa, Henrique sacou uma arma de fogo (que portava em decorrência da prerrogativa legal da função de policial) e tentou reagir.
Houve luta corporal e os delinquentes tentaram atingir o policial com golpes de faca. De acordo com o MPDFT, durante a briga, a vítima foi atingida por disparo de arma de fogo, que causou sua morte.
Um dos adolescentes foi ferido na mão, e o veículo colidiu com um edifício antes de parar. Após o crime, os três criminosos fugiram do local.