O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes filiou-se ao PSDB na manhã desta quarta-feira em Fortaleza, após deixar o PDT na semana passada, em uma cerimônia realizada no hotel Mareiro, na avenida Beira Mar. O evento contou com a presença de aliados ligados ao bolsonarismo e marcou o retorno de Ciro ao partido, em meio à articulação de sua possível candidatura ao governo do Ceará em 2026.
Durante o ato, lideranças do PSDB destacaram a expectativa de que o nome de Ciro possa unificar a oposição contra o atual governador Elmano de Freitas, do PT. Em seu discurso, Ciro não confirmou sua decisão sobre as eleições do próximo ano, mas afirmou que “morre pelo Brasil” e “mata pelo Ceará”. Ele também comentou sobre sua aproximação com políticos ligados ao bolsonarismo, como o deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil), presentes na cerimônia.
Em tom crítico, Ciro ironizou o PT e comparou escolhas passadas do partido: ao se referir a Lula, lembrou da aliança com José Alencar, depois com Michel Temer e, mais recentemente, com Geraldo Alckmin. Ele concluiu que enquanto o PSDB não tem “ladrão”, questionou a conduta do PT.
Sobre Fernandes, Ciro agradeceu a presença do parlamentar e disse que eventuais desavenças entre eles seriam resolvidas de forma fraterna. Ao chegar ao evento, Fernandes afirmou acreditar na candidatura de Ciro ao governo estadual e destacou a necessidade de diálogo e respeito para unir a oposição em 2026. Ele lembrou que, apesar de divergências, é possível sentar e conversar sobre composição política.
A aproximação pública entre Ciro e Fernandes começou no ano passado, quando o ex-ministro apoiou o parlamentar no segundo turno da eleição municipal em Fortaleza. Recentemente, Ciro também demonstrou apoio à pré-candidatura ao Senado do pai de André Fernandes, o deputado estadual Alcides Fernandes (PL).
O evento contou ainda com a presença do ex-deputado Capitão Wagner, antigo adversário de Ciro, que reforçou a importância da unidade da oposição no Ceará, mencionando que qualquer candidatura deveria buscar um projeto conjunto para o estado. O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, aliado próximo de Ciro, também se filiou a outra sigla este ano, o União Brasil, mantendo articulação política próxima do ex-governador.
Durante a cerimônia, Ciro criticou o PT e afirmou que o Brasil se encontra perdido sob uma liderança sem honra, destacando a insatisfação da população cearense com abandono, descaso e corrupção promovidos pelo partido no estado.