O governo dos Estados Unidos decidiu enviar o porta aviões Gerald R. Ford Carrier Strike Group ao Caribe, em meio a ameaças do presidente Donald Trump sobre operações terrestres na região. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira por Sean Parnell, porta-voz do Pentágono.
De acordo com o Departamento de Guerra, a medida vai de encontro à diretriz do líder norte-americano de combate ao “narcoterrorismo”. A embarcação de guerra ficará sob a responsabilidade do Comando Sul dos EUA (USSOUTHCOM).
“A presença reforçada das forças americanas na Área de Responsabilidade do USSOUTHCOM reforçará a capacidade dos EUA de detectar, monitorar e desmantelar atividades e atores ilícitos que comprometam a segurança e a prosperidade do território nacional dos Estados Unidos e nossa segurança no Hemisfério Ocidental”, disse um trecho do comunicado divulgado por Parnell na rede social X.
O Gerald R. Ford Carrier Strike Group se juntará a uma frota de navios de guerra que já estão no Caribe, desde o último mês. Caças F-35 também foram deslocados para a região, e estão estacionados em uma base militar de Porto Rico.
A administração Trump tem usado o combate ao tráfico de drogas em águas caribenhas como justificativa para a mobilização militar. Até o momento, dez embarcações, supostamente transportando entorpecentes, já foram atacadas por forças norte-americana. O último caso aconteceu nesta sexta-feira, próximo à costa da Venezuela.
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As operações iniciaram após mudanças nas políticas dos EUA sobre o combate ao tráfico internacional. Agora, grupos e cartéis de drogas são classificados por Washington como organizações terroristas — o que abriu brechas para que operações militares norte-americanas fossem realizadas em outros países, sob a bandeira do combate ao terror.
Nessa quinta-feira (23/10), o presidente Donald Trump afirmou que forças dos EUA iniciarão operações terrestres na região do Caribe, visando cartéis de drogas, “em breve”.
Em meio ao destacamento militar, e os ataques contra barcos no Caribe e na região do Pacífico, dois presidentes latino-americanos estão na mira do governo norte-americano: Nicolás Maduro e Gustavo Petro.
Os presidentes de esquerda da Venezuela e Colômbia são acusados de manter ligações com cartéis de drogas. Maduro e Petro, porém, afirmam que Trump tem utilizado o problema com entorpecentes para justificar possíveis interferências nos países que comandam.