Após sua participação no Fórum Mundial da Alimentação, realizado em Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou nesta segunda-feira (13) que o combate à fome não depende apenas de fatores econômicos, mas de decisão política.
Durante coletiva concedida após o evento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o presidente afirmou que, se houver vontade e compromisso por parte dos líderes mundiais, é possível erradicar a fome em todo o planeta. Segundo ele, “se houver interesse político dos governantes do mundo inteiro, se encontrará um jeito de colocar o café da manhã, o almoço e a janta para o povo pobre do mundo inteiro”.
Lula destacou ainda que o problema da fome persistirá enquanto não houver indignação global diante da desigualdade. Ele lembrou que, no passado, acreditava-se que a humanidade não teria capacidade tecnológica para produzir alimento suficiente, mas que a realidade atual prova o contrário. “Hoje, nós produzimos quase duas vezes o alimento necessário. Não basta produzir, é preciso consumir, é preciso chegar até as pessoas. E fazer com que as pessoas recebam esse alimento. E é preciso ter renda”, disse.
O presidente reiterou que a fome é essencialmente uma questão política, e que pretende levar o tema a todos os fóruns internacionais dos quais participar. “O mundo é desigual porque a economia, tal como ela é pensada, leva a um mundo desigual”, declarou.
Encerrando sua fala, Lula afirmou que continuará defendendo a pauta da igualdade em diferentes dimensões. “Podem gostar ou não gostar, mas, em todos os fóruns em que eu participar, os dirigentes políticos vão me ouvir falar da desigualdade racial, da desigualdade de comida, da desigualdade do salário, da desigualdade de tudo”, concluiu.