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Governo do Rio inclui Maracanã e Aldeia Maracanã em lista de bens à venda

Por Brasil Direto

O Complexo do Maracanã e a Aldeia Maracanã foram incluídos na nova relação de bens públicos que o Governo do Estado do Rio de Janeiro pretende colocar à venda para reduzir parte de sua dívida com a União.

O relatório atualizado, apresentado nesta quarta-feira (22), ampliou para 36 os imóveis adicionados ao projeto, entre eles o Estádio do Maracanã. A medida foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que promoveu mudanças significativas no texto encaminhado pelo Executivo.

Com as alterações, o projeto autoriza o governo fluminense a vender 62 propriedades, superando os 48 imóveis inicialmente previstos. A proposta, contudo, ainda precisa ser votada pelo plenário da Alerj antes de seguir adiante.

A iniciativa faz parte da estratégia estadual para viabilizar a futura adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que permite usar patrimônio público como abatimento de débitos com a União. De acordo com a Lei Orçamentária de 2026, o estado do Rio deverá desembolsar cerca de R$ 12,3 bilhões no próximo ano para o pagamento de sua dívida.

O presidente da CCJ, deputado Rodrigo Amorim (União), defendeu que a medida tem como objetivo reduzir os gastos com imóveis de manutenção onerosa ou subutilizados. Ele citou o Maracanã como exemplo, afirmando que o estádio gera custos próximos de R$ 1 milhão por evento. Segundo ele, a alternativa seria vender o complexo ou firmar uma concessão de prazo mais longo, de modo a aliviar o impacto financeiro sobre o Estado.

Em relação à Aldeia Maracanã, o parlamentar argumentou que o espaço representa um uso ineficiente dos recursos públicos, já que ocupa uma área de 14 mil metros quadrados em uma região nobre da cidade e, segundo ele, é pouco aproveitada.

O Complexo do Maracanã compreende diversas instalações esportivas, incluindo o ginásio Maracanãzinho, piscinas e áreas de treinamento, sendo palco de grandes eventos e atividades de diferentes modalidades. Já a Aldeia Maracanã, localizada nas proximidades do estádio, é reconhecida por seu caráter cultural e comunitário, voltado à preservação da memória indígena e à promoção de atividades socioculturais.

Atualmente, o Maracanã está sob concessão conjunta do Flamengo e do Fluminense, firmada em setembro do ano passado por 20 anos. O contrato prevê uma outorga anual de R$ 20 milhões e investimentos estimados em R$ 186 milhões.

A reportagem entrou em contato com os clubes e com a administração do estádio, que ainda não se pronunciaram. O texto será atualizado assim que houver manifestações oficiais.

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