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Israel afirma que Hamas devolveu restos mortais de reféns já identificados

Por Brasil Direto

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, confirmou nesta terça-feira (28) que os restos mortais de um dos reféns entregues recentemente pelo Hamas pertencem a Ofir Tzarfati. De acordo com o governo, o corpo do jovem já havia sido parcialmente recuperado anteriormente pelo Exército de Israel durante uma operação na Faixa de Gaza.

Tzarfati foi sequestrado durante o festival de música Nova, evento que se transformou em um dos principais alvos dos ataques de 7 de outubro, nos quais 364 pessoas perderam a vida. As autoridades israelenses informaram que parte de seus restos mortais havia sido localizada há cerca de dois anos, e a devolução recente apenas confirmou sua identidade.

Após a divulgação da notícia, Netanyahu anunciou que convocará uma reunião de emergência para discutir possíveis medidas de resposta. Membros da ala mais radical do governo, como Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, e Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, pressionam por uma reação mais severa contra o Hamas.

O Fórum de Familiares de Reféns e Desaparecidos, que representa parentes das vítimas sequestradas, criticou o grupo palestino, acusando-o de violar o acordo de cessar-fogo firmado em 10 de outubro. A entidade pediu que o governo israelense responda “com firmeza” diante do que consideram uma quebra explícita dos compromissos assumidos.

A situação intensificou a tensão entre as partes, colocando em risco o frágil plano de paz em andamento. O acordo previa a libertação de todos os reféns vivos em troca da soltura de quase dois mil prisioneiros palestinos e da suspensão parcial das operações militares israelenses na Faixa de Gaza.

Dos 28 corpos que ainda estavam sob o controle do Hamas, 15 já foram entregues às autoridades de Israel, permitindo que as famílias realizassem os velórios. O grupo, no entanto, afirmou enfrentar dificuldades para localizar os 13 restantes, alegando que muitos estão sob escombros de construções destruídas por ataques aéreos de Tel Aviv.

No domingo (26), o governo israelense autorizou equipes da Cruz Vermelha e do Egito a ingressarem em Gaza para auxiliar na localização dos corpos, especialmente nas áreas situadas além da chamada “linha amarela”, zona que marca o recuo das tropas israelenses.

As buscas ganharam intensidade com o uso de escavadeiras em diferentes regiões, incluindo Khan Yunis, no sul, e Nuseirat, no norte de Gaza. Homens mascarados do Hamas foram vistos fazendo a segurança dos locais, enquanto autoridades israelenses acreditam que parte dos corpos possa estar escondida na complexa rede de túneis subterrâneos da organização.

Enquanto isso, na Cisjordânia, forças israelenses realizaram uma operação nesta terça-feira que resultou na morte de três palestinos. O Hamas declarou que dois deles eram membros do grupo. O Exército de Israel afirmou que os disparos foram feitos contra suspeitos que planejavam ataques próximos ao campo de refugiados de Jenin, área considerada reduto do Jihad Islâmico, facção aliada do Hamas.

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