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Laboratórios públicos e privados entram na mira da Anvisa para testes de metanol

Por Brasil Direto

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) lançou um edital de chamamento nesta segunda-feira (13) para identificar laboratórios públicos, privados e universitários que possuam infraestrutura adequada, cromatógrafo gasoso e metodologias validadas para detectar metanol em amostras de sangue.

Segundo o órgão, a iniciativa busca fortalecer a resposta nacional a casos suspeitos de intoxicação por metanol e subsidiar a integração de ações entre Anvisa, Ministério da Saúde e instituições do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

O mapeamento da capacidade laboratorial permitirá conhecer os recursos disponíveis no país, auxiliando em futuras estratégias de vigilância, resposta rápida e cooperação técnica.

A técnica utilizada, a cromatografia em fase gasosa, separa compostos presentes no sangue, urina ou fragmentos de tecidos. O método, que emprega o sistema headspace, analisa apenas a fase de vapor da amostra, fornecendo resultados precisos em até uma hora.

“O material precisa ser colocado em pequenos frascos de vidro lacrados, aquecidos e agitados dentro do equipamento. Com o calor, compostos voláteis como etanol e metanol passam para a fase de vapor, enquanto o restante permanece no fundo do frasco”, explica a Anvisa. O aparelho coleta automaticamente o vapor e o injeta no sistema de análise sem abrir o frasco, evitando contaminações e garantindo confiabilidade nos resultados.

Em Ribeirão Preto (SP), o Latof (Laboratório de Toxicologia Analítica Forense) da USP possui expertise na detecção de metanol, agilizando a identificação de novos casos e confirmando ou descartando suspeitas com segurança.

Em São Paulo, 28 casos de intoxicação por metanol foram confirmados, com cinco mortes — três homens de 45, 46 e 54 anos da capital, uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo e um homem de 23 anos de Osasco. Além disso, 100 casos e três óbitos seguem em investigação, enquanto 246 suspeitas foram descartadas.

No cenário nacional, o Ministério da Saúde registrou 32 casos confirmados, 181 em investigação e 320 suspeitas descartadas. Confirmados também no Paraná (3) e Rio Grande do Sul (1), os demais casos suspeitos estão distribuídos em Pernambuco (43), Espírito Santo (9), Rio Grande do Sul (6), Rio de Janeiro (5), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Goiás (3), Maranhão (2), Alagoas (2), Minas Gerais (1), Paraná (1) e Rondônia (1). Óbitos em investigação ocorrem em Pernambuco (3), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (1) e Ceará (1).

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