Lula e ministros do STF debatem sucessor de Barroso no Alvorada

Entre os cotados, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, é o favorito de Lula para assumir o posto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu, na noite desta terça-feira (14), alguns dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para uma conversa reservada no Palácio da Alvorada. O principal tema do encontro foi a escolha do novo nome que irá ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que anunciou aposentadoria antecipada da Corte.

Entre os cotados, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, é o favorito de Lula para assumir o posto. O presidente avalia que o atual advogado-geral da União está “maduro” para o desafio e representa uma escolha segura e de confiança. Messias, que é evangélico e membro da Igreja Batista, tem contribuído para aproximar o governo do segmento religioso, o que reforça sua posição como candidato de consenso no Planalto.

Durante o encontro, também participaram os ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, além do titular da Justiça, Ricardo Lewandowski. O decano do STF, Gilmar Mendes, foi um dos presentes e defendeu outro nome para a vaga: o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A preferência por Pacheco, no entanto, é compartilhada por Dino e Moraes, que veem no senador um perfil conciliador e institucional. Lula, contudo, tem outro plano para ele: pretende lançá-lo como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, um movimento estratégico para garantir um palanque forte no segundo maior colégio eleitoral do país, onde o PT ainda não possui um nome competitivo.

De acordo com fontes próximas à presidência, Lula pretende definir o sucessor de Barroso rapidamente, evitando prolongar as negociações políticas em torno da vaga. O nome escolhido será submetido à sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, posteriormente, ao plenário da Casa, que dará a palavra final sobre a aprovação.

O encontro no Alvorada reforça a importância política da escolha e o cuidado de Lula em equilibrar preferências internas do Supremo com seus próprios interesses estratégicos, tanto na composição da Corte quanto nas articulações eleitorais para 2026.