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Moraes mantém prisão de tenente-coronel acusado de integrar operação para assassiná-lo

Por Brasil Direto

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mantém há 11 meses a prisão do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, investigado por suposta participação em uma operação clandestina que teria como alvo o próprio ministro. Apesar de quase um ano de apuração, o inquérito segue inconcluso, e o julgamento dos militares está previsto para novembro.

Azevedo, identificado pelo codinome “Brasil”, é acusado de integrar o grupo que planejou o atentado em 15 de dezembro de 2022, em Brasília. A principal evidência apresentada pela acusação é o uso, por ele, de um celular empregado no plano duas semanas após o fracasso da operação.

A Polícia Federal, contudo, não encontrou provas de que o militar estivesse na capital federal no dia do suposto ataque. Sua defesa alega que ele passou o dia em Goiânia, onde trabalhou no quartel e comemorou o aniversário de 41 anos com a esposa e a filha. Documentos do Exército confirmam sua presença no quartel pela manhã e à tarde, enquanto familiares afirmam que o militar estava em casa à noite.

A investigação aponta que o plano, batizado de “Copa 2022”, reunia seis militares identificados por codinomes de países e conectados por um grupo no aplicativo Signal. Apenas dois foram identificados pela PF: Azevedo e o tenente-coronel Rafael de Oliveira. Mensagens indicam que o grupo abandonou a operação já com os participantes posicionados próximos à residência de Moraes.

A controvérsia gira em torno do celular vinculado ao codinome “Brasil”, usado na tentativa de ataque. O aparelho, segundo Azevedo, foi retirado de um depósito militar e levado para casa para teste dias depois do suposto atentado. Ele afirmou que apenas colocou seu chip pessoal no aparelho em 29 de dezembro de 2022, sem saber que estava envolvido na trama.

“A minha intenção sempre foi ter um celular de backup, que a gente utiliza em missões”, declarou o tenente-coronel.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Azevedo teria deixado seu celular pessoal em Goiânia para forjar uma localização falsa e viajar a Brasília. Já a defesa rebate e afirma que há registros de atividade no aparelho no mesmo dia do suposto atentado, inclusive uma mensagem respondida à irmã às 17h57.

Apesar das divergências, Moraes rejeitou três pedidos de liberdade. Em sua decisão, o ministro ressaltou “a necessidade de resguardar a ordem pública” e afirmou não haver “qualquer fato novo” que justifique a soltura.

Em nota, o STF informou que Moraes só se manifesta nos autos do processo.

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