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Ofensa racial no futebol: autor do insulto recebe pena menor que vítima que reagiu

Por Brasil Direto

O zagueiro Paulo Vitor, do Nacional-PR, que foi chamado de “macaco” por Diego, do Batel, em partida válida pela Taça FPF no início de outubro, recebeu uma punição maior que a do adversário por reagir à agressão com um soco. A decisão do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) foi divulgada nesta terça-feira (21) e transmitida ao vivo pelo YouTube.

Diego foi punido com sete jogos de suspensão e multa de R$ 2 mil por ato de injúria racial. Paulo Vitor, apesar de ter sido vítima do racismo, foi suspenso por dez jogos devido à reação com o soco e também por ter cuspido no adversário.

O processo disciplinar do TJD-PR (nº 1260/2025), da 2ª comissão, destacou que foi necessário recorrer a imagens de TV para comprovar a conduta de Diego, uma vez que o ato racista não foi presenciado pela equipe de arbitragem. O documento registra: “O ato racista não foi presenciado pela equipe de arbitragem. Contudo, a conduta do Sr. Diego ficou constatada em transmissão a pronúncia da palavra ‘MACACO’, dirigida ao Sr. Paulo.”

Na defesa, Diego alegou que teria dito “malaco”, mas o tribunal não aceitou a versão. Durante o jogo, PV reagiu desferindo um soco em Diego, que caiu no gramado e precisou ser retirado de ambulância.

O TJD-PR reconheceu que a reação de Paulo Vitor foi motivada pelas ofensas raciais, mas não o isentou de culpa. O documento afirma: “O atleta denunciado [PV], movido pela agressão verbal sofrida, pelo ato de racismo, desferiu um soco no atleta adversário, qual configura agressão física, infração prevista no artigo 254-A do CBJD6.”

Diego, autor da injúria racial, foi demitido pelo Batel no dia seguinte ao incidente. O clube confirmou a demissão por meio de um post no Instagram.

Na ocasião, a Federação Paranaense de Futebol emitiu nota oficial condenando a atitude racista de Diego e reiterou seu posicionamento contra a violência no futebol, tanto dentro quanto fora dos gramados, criticando também a reação de Paulo Vitor.

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