O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos solicitou que os Estados Unidos suspendam os ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico, classificando os incidentes como execuções extrajudiciais. Até o momento, o Pentágono contabilizou pelo menos 62 mortes decorrentes dessas operações.
Segundo o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, os ataques, devido ao crescente custo humano, são inaceitáveis. Ele afirmou que os Estados Unidos devem interromper tais ações e adotar todas as medidas necessárias para evitar mortes extrajudiciais a bordo das embarcações, independentemente das supostas atividades criminosas das vítimas.
As autoridades norte-americanas justificam a mobilização aérea e naval no Caribe como parte de uma estratégia de combate aos cartéis latino-americanos, que classificaram como equivalentes a organizações terroristas, prometendo um tratamento similar ao dado a grupos como a al-Qaeda. No entanto, familiares das vítimas relataram que alguns dos mortos eram pescadores, fato que, segundo Türk, não encontra justificativa sob o direito internacional.
O alto comissário ressaltou que enfrentar o tráfico internacional de drogas deve obedecer aos limites impostos pelo direito internacional dos direitos humanos, permitindo o uso da força letal apenas como último recurso diante de uma ameaça iminente à vida. Com base nas informações públicas disponibilizadas pelas autoridades americanas, ele destacou que nenhum dos indivíduos a bordo das embarcações parecia representar risco iminente à vida de outras pessoas.
Türk ainda solicitou que sejam conduzidas investigações rápidas, independentes e transparentes sobre os ataques, garantindo responsabilidade e cumprimento das normas internacionais.