Um adolescente de 13 anos, morador da Nova Zelândia, precisou passar por uma cirurgia intestinal de emergência após engolir cerca de 100 pequenos ímãs, supostamente adquiridos pela plataforma Temu.
Segundo um estudo divulgado nesta sexta-feira (24) pelo New Zealand Medical Journal, o garoto foi levado ao Hospital de Tauranga após quatro dias sentindo fortes dores abdominais. Durante o atendimento, ele relatou aos médicos que havia ingerido entre 80 e 100 ímãs de alta potência, medindo 5 por 2 milímetros, aproximadamente uma semana antes de procurar ajuda.
Os pesquisadores responsáveis pelo caso explicaram que esses ímãs — proibidos na Nova Zelândia desde janeiro de 2013 — teriam sido comprados online e acabaram se agrupando em quatro fileiras dentro dos intestinos do adolescente. A força magnética fez com que eles se prendessem uns aos outros, provocando a morte dos tecidos em quatro áreas do intestino delgado e do ceco, região que marca o início do intestino grosso.
De acordo com o relatório médico, os objetos estavam distribuídos em diferentes partes do trato intestinal, mas conectados entre si devido à atração magnética. O menino precisou passar por cirurgia para remover tanto os ímãs quanto as porções de tecido necrosadas. Após oito dias internado, recebeu alta e pôde retornar para casa.
Os autores do estudo — Binura Lekamalage, Lucinda Duncan-Were e Nicola Davis — destacaram que o caso evidencia não apenas os riscos da ingestão de ímãs, mas também o perigo representado por produtos potencialmente perigosos vendidos em plataformas online, especialmente para o público infantil. Eles alertaram ainda que o paciente pode enfrentar complicações no futuro, como obstrução intestinal, hérnias ou dores crônicas.
A Temu, por sua vez, informou que iniciou uma investigação interna para verificar o cumprimento das normas de segurança na Nova Zelândia e lamentou o ocorrido. A empresa afirmou ter entrado em contato com os autores do artigo para obter mais informações sobre o caso, mas ressaltou que ainda não foi possível confirmar se os ímãs foram realmente comprados através de sua plataforma, nem identificar o produto exato envolvido. A companhia assegurou que suas equipes estão revisando os itens relacionados para garantir total conformidade com os requisitos de segurança locais.