O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump comparou, nesta quinta-feira (23/10), os cartéis de drogas que operam no Ocidente ao grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS), e prometeu continuar com os ataques, como os vistos recentemente no mar do Caribe e no Pacífico, até eliminar a ameaça que eles representam.
“Agora deve estar claro para o mundo inteiro que os cartéis são o ISIS do Ocidente”, disse o presidente dos EUA. Por conta disso, Trump declarou que o governo norte-americano trata tais grupos como ameaças diretas à segurança nacional do país. “Governos anteriores tentaram mitigar essa ameaça, e o nosso objetivo é eliminá-la”, destacou.
Durante o pronunciamento, ao lado de outras autoridades do governo, Trump afirmou que o país prendeu mais de 300 pessoas ligadas a cartéis de drogas estrangeiros que operavam nos EUA.
“Guerra” contra o narcotráfico
A declaração do republicano surge em meio ao que ele descreve como uma “guerra” contra o tráfico internacional de drogas, que não é travada apenas dentro dos EUA.
Em meados de agosto, navios de guerra norte-americanos foram enviados ao Caribe. Posteriormente, eles receberam o reforço de dez caças F-35, que pousaram em uma base militar dos EUA em Porto Rico.
Recentemente, Washington passou a classificar cartéis de drogas como organizações terroristas, e abriu precedentes para que operações militares fossem realizadas em outros países, sob a bandeira da “guerra ao terror”.
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Seis ataques a embarcações
Desde então, Trump anunciou que seis embarcações foram atacadas nas águas do Caribe e na região do Pacífico. Apesar das alegações, os EUA ainda não apresentaram provas de que os barcos estivessem envolvidos no transporte de entorpecentes.
A “guerra” contra o que Washington classifica como “narcoterrorismo” tem um outro plano de fundo, que levanta preocupações e incertezas na comunidade internacional. Isso, porque a movimentação militar dos EUA coincide com ameaças e acusações contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Para Washington, o líder chavista é chefe do cartel de Los Soles, um dos grupos classificados como organização terrorista pelo país.
Além do herdeiro político de Hugo Chávez, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também passou a ser acusado de ter ligações com o tráfico internacional em meio à campanha norte-americana na América Latina.