A crise financeira da Volkswagen é tema de notícias há algum tempo. Desde 2020 a Quatro Rodas alertava sobre as dívidas da marca. Em 2024, a fabricante anunciou que iria cortar empregos e em janeiro desse ano começou a cogitar a venda de uma de suas fábricas.
No entanto, informações obtidas pelo Bild, tradicional jornal alemão, mostram que o momento mais crítico dessa crise baterá à porta na virada do ano. Isso por que faltam 11 bilhões de euros (R$ 68,2 bi em conversão direta) para a Volkswagen operar em 2026.

É o chamado fluxo de caixa líquido, que indica o quanto uma empresa pode gastar. Há dinheiro suficiente para 2025, mas os planos para 2026 estão sob risco. E o que levou a isso? São apontados fatores como fracas vendas na China e as tarifas extras dos Estados Unidos. E para contornar isso algumas medidas drásticas podem ser tomadas.
As primeiras ações são internas, com economia em setores do marketing, vendas e até em futuros investimentos, apontou uma fonte ouvida pelo Bild. No entanto, algumas marcas que pertencem ao Grupo Volkswagen podem ser vendidas.

As mais cotadas são a Everllence, antiga MAN Energy, que é fabricante de motores, a subsidiária de design Italdesign e o desenvolver IAV. Na melhor das hipóteses, essas ações junto com a venda dessas empresas, podem resolver o problema de caixa da Volkswagen.
Porém, caso isso não aconteça, o Grupo Volkswagen pode pedir para que as marcas se desfaçam de outras empresas, neste caso estamos falando de Audi e Porsche venderem ativos, como a Porsche aceitar vender a Bugatti para a Rimac.
Para além de vender marcas, se a Volkswagen não corrigir o problema e as finanças continuarem a piorar, há o risco de agências de classificação sinalizarem para investidores que a nota de crédito da fabricante alemã é ruim.

Dessa maneira, conseguir empréstimos se tornaria mais caro. Segundo a fonte ouvida pelo Bild, a Volkswagen poderia perder mais um bilhão de euros somente com juros decorrentes dessas operações.
Há ainda um risco maior para a operação que é a falta de dinheiro para investimentos em tecnologias e parque fabril. Sem isso, particularmente nesse momento em que os carros estão mudando motores e ganhando itens de tecnologia, a competitividade da Volkswagen pode baixar.
Um alto executivo da marca também comentou a respeito da complexidade do grupo, uma vez que há muitas marcas. E a intenção, aparentemente, é enxugar a quantidade de desenvolvimentos, uma vez que os projetos acontecem de forma paralela em diversos locais.

Sendo assim, é possível que exista uma maior sinergia entre as marcas na hora de criar carros com a mesma base, como os casos de VW Tourage, Audi Q8, Porsche Cayenne, Lamborghini Urus e Bentley Bentayga, que utilizam a mesma base, mas foram desenvolvidos por times diferentes.
Ainda não sabemos quais as medidas serão tomadas pela Volkswagen em 2026, mas o fato é que, segundo o Bild, a empresa precisa mudar muita coisa para não entrar em um efeito dominó e prejudicar o futuro do Grupo.