O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou durante o Encontro Parlamentar do Grande Caribe em Defesa da Paz, realizado em Caracas nessa sexta-feira (31/10), que os Estados Unidos “querem roubar as maiores reservas de petróleo do mundo” e acusou Washington de travar uma “guerra multifacetada” contra o país sul-americano.
“Eles querem roubar de nós a maior reserva de petróleo do mundo”, disse Maduro no Palácio de Miraflores, acompanhado de autoridades regionais. Segundo o presidente, as pressões externas estão ligadas à posição estratégica e às riquezas naturais da Venezuela.
“Se não tivéssemos 30 milhões de hectares de terras aráveis, nem a maior reserva de petróleo do mundo e a quarta de gás, talvez nem fôssemos mencionados”, afirmou.
Escalada entre Venezuela e EUA
- A escalada nas relações entre Caracas e Washington ocorre após o envio de navios de guerra, um submarino nuclear e caças norte-americanos para a costa venezuelana, sob o pretexto de combater o narcotráfico.
- Desde agosto, operações autorizadas pelo governo Trump resultaram em mais de 50 mortes no Caribe e no Pacífico, segundo dados divulgados pela imprensa internacional.
- Em resposta, o governo bolivariano acusa os Estados Unidos de orquestrar uma “guerra multifacetada” para provocar uma “mudança de regime” e instalar um governo aliado.
- Maduro chegou a protocolar uma ação para retirar a cidadania de venezuelanos que apoiem uma possível invasão estrangeira.
- A tensão aumentou após o jornal The Wall Street Journal revelar que o presidente norte-americano, Donald Trump, autorizou a CIA a realizar “ações letais” na Venezuela para enfraquecer o regime chavista.
O líder venezuelano denunciou que os Estados Unidos buscam impor uma “agenda de ameaças militares e guerra psicológica” e descreveu o atual momento como “um capítulo de uma história vitoriosa”. “O povo venezuelano continuará construindo seu modelo democrático, com plenas liberdades, resolvendo seus assuntos com autonomia e soberania, sem abrir mão de um pingo de dignidade”, declarou.
4 imagens

Fechar modal.
1 de 4
Maduro pede paz ao Papa em meio à tensão com os EUA: “Tenho grande fé”
Jesus Vargas/Getty Imagens
2 de 4
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Jesus Vargas/Getty Images
3 de 4
Arte Metrópoles/Gabriel Lucas
4 de 4
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Evan Vucci – Pool / Getty Images
Maduro também convocou um encontro de movimentos sociais e forças políticas da América Latina e do Caribe ainda neste ano, com o objetivo de reforçar o chamado à paz e ao respeito entre os países da região. “Nossa luta pela soberania e pela paz é a luta de toda a América. Nossa vitória será a vitória de toda a América.”
Leia também
-
Donald Trump nega que considera atacar a Venezuela
-
Lula ofereceu ajuda a Trump para mediar crise com a Venezuela
-
Venezuela: Maduro ameaça com perda de cidadania quem apoiar os EUA
-
Maduro suspende acordo energético com Trinidad durante tensão com EUA
O venezuelano criticou o que chamou de “narrativa caluniosa” de Washington contra o governo dele. “Os supremacistas estão vindo para nos salvar”, ironizou, ao comparar as ações dos EUA na Venezuela com as sucessivas intervenções no Haiti. Ele ainda disse que o Haiti “foi desmembrado por mais de 100 intervenções militares gringas”.
Questionado por repórteres, Trump negou estar considerando um ataque militar, mas admitiu que ainda “não tomou uma decisão” sobre possíveis alvos.