O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (6/11) um acordo com as farmacêuticas Eli Lilly e Novo Nordisk para reduzir significativamente os preços de medicamentos usados no tratamento da obesidade, como o Zepbound e o Wegovy. O impacto da medida fora dos Estados Unidos, incluindo no Brasil, ainda não está claro.
Os remédios, que pertencem à nova geração de tratamentos conhecidos como agonistas do receptor GLP-1, se tornaram extremamente populares por auxiliarem na perda de peso e no controle de doenças metabólicas.
No entanto, o custo elevado — cerca de US$ 500 (R$ 2,6 mil) por mês — limita o acesso de pacientes, especialmente aqueles sem cobertura de planos de saúde.
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Reduções drásticas nos preços
A iniciativa prevê reduções drásticas nos preços de fármacos produzidos pelas duas empresas e a ampliação da cobertura pública para pacientes com obesidade.
Segundo o governo, os preços do Ozempic e do Wegovy, hoje de até US$ 1.350 por mês, cairão para US$ 350 quando adquiridos por meio do novo programa federal TrumpRx. O Zepbound e o Orforglipron também terão reduções semelhantes, chegando a US$ 346 mensais. Caso aprovadas pela FDA, as versões em comprimido custarão US$ 150 por mês.
O Medicare, programa de saúde voltado a idosos, cobrirá medicamentos para obesidade e doenças relacionadas, como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, com coparticipação de US$ 50 mensais para beneficiários.
Programas estaduais do Medicaid também terão acesso a esses preços reduzidos.
“O acordo representa uma redução histórica nos preços para os americanos dos dois medicamentos com os maiores gastos anuais nos Estados Unidos, ambos utilizados para auxiliar adultos que lutam contra diabetes, doenças cardíacas (apenas Ozempic e Wegovy), obesidade e outras condições”, diz o comunicado da Casa Branca.
Além dos tratamentos para perda de peso, o plano prevê descontos em outros medicamentos da Eli Lilly e da Novo Nordisk, incluindo o Emgality (para enxaquecas), o Trulicity (para diabetes) e produtos de insulina como NovoLog e Tresiba, que passarão a custar US$ 35 por mês.
As farmacêuticas também anunciaram novos investimentos bilionários em território americano: US$ 27 bilhões pela Eli Lilly e US$ 10 bilhões pela Novo Nordisk, com foco na ampliação da capacidade de produção e na fabricação doméstica das versões em comprimido do Wegovy.
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Reforma farmacêutica do republicano
O governo Trump afirma que o acordo ainda visa “acabar com a exploração global da inovação farmacêutica americana”, argumentando que o país subsidia, indiretamente, os preços mais baixos praticados em outras nações.
“Os americanos estão subsidiando os lucros das empresas farmacêuticas e os sistemas de saúde estrangeiros, tanto durante o desenvolvimento quanto após a comercialização dos medicamentos.”