Estava tudo certo para que o Omoda 5 HEV participasse do comparativo de SUVs híbridos que está na edição de novembro de QUATRO RODAS, que começa a chegar às bancas hoje. Seria o mais novo e o mais barato do comparativo, afinal tem preços entre R$ 159.990 e R$ 184.990. Porém, um acidente tirou o modelo chinês da disputa.
Retiramos o carro em uma segunda-feira, quando o piloto de testes de QUATRO RODAS, Leonardo Barboza, notou chicotes aparentes na cabine e dois alertas no quadro de instrumentos: um triângulo amarelo, cuja origem não foi possível identificar, e um aviso de airbag desativado.

No mesmo dia, mais tarde, enquanto eu, Guilherme Fontana, dirigia, o modelo apresentou trancos em reduções de velocidade. Também não foi possível entender o motivo, apesar das tentativas de simulação de diversas possíveis situações.
No dia seguinte, enquanto ia para nossa pista de testes em Limeira (SP), notei outro comportamento estranho. Na rodovia, a 80 km/h e com pressão estável no acelerador, o carro apresentou pequenas acelerações involuntárias, com acréscimo de 5 a 7 km/h. Em seguida, reduzia novamente.

Por fim, em um congestionamento à frente, após algum tempo de anda e para, houve uma leve liberação do fluxo, mas o veículo à frente freou. Eu também freei. O Omoda seguiu acelerando e, sem alerta algum ou assistência dos sistemas de ADAS, e sem resposta dos freios, bateu com força no outro carro. A desaceleração abrupta poderia ter acionado os airbags, mas eles estavam desativados. Bati as costelas no volante e o joelho direito no painel. Ganhei um hematoma. Mas exames não apontaram gravidade, apenas lesões superficiais.
Em conversa posterior com o proprietário do modelo atingido, um GWM Haval H6, ele informou que estava observando o Omoda 5 havia algum tempo. “Eu gostei do carro e fiquei olhando, vi que estava em uma condução tranquila”, disse. Porém, ele também relatou que viu pelo retrovisor a aproximação repentina antes da colisão.

O Omoda foi rebocado e passa por análise da montadora, que, em testes prévios, disse não ter encontrado nenhuma anormalidade, mas prometeu investigações mais profundas. A marca disponibilizou outra unidade uma semana após o acidente, sem tempo para que ele entrasse nesta edição. Até o fechamento da edição impressa e até o presente momento, a Omoda não se manifestou para dizer o que teria acontecido com o carro de teste para causar o acidente.