Estátua de cobre de Oscar Niemeyer é inaugurada na Casa de Chá

A inauguração da estátua em tamanho real de Oscar Niemeyer, na Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, reuniu nesta segunda-feira (15/12) autoridades, representantes culturais, familiares do arquiteto e o artista responsável pela obra, justamente no dia em que o arquiteto completaria 118 anos.

A homenagem ocorre em um ponto simbólico para a capital do país e para a história de Niemeyer: projetada pelo próprio arquiteto, a Casa de Chá foi pensada como um espaço de pausa, convivência e contemplação no coração de Brasília.

Estátua de cobre de Oscar Niemeyer é inaugurada na Casa de Chá - destaque galeria7 imagensEstátua em tamanho real de Niemeyer é inaugurada na Casa de Chá, em BrasíliaOscar Niemeyer em bronze passa a “observar” a Praça dos Três Poderes a partir da Casa de Chá, obra que ele próprio projetouA escultura de Oscar Niemeyer, obra de Leo Santana, é colocada no icônico espaço projetado pelo próprio arquitetoescultura de Oscar Niemeyer faz parte do circuito cultural do Senac-DF, refletindo o compromisso com arte e memória em BrasíliaA nova escultura de bronze no coração de Brasília presta homenagem aos 118 anos do arquiteto que moldou a cidadeFechar modal.MetrópolesHomenagem a Oscar Niemeyer marca os 118 anos do arquiteto na Praça dos Três Poderes1 de 7

Homenagem a Oscar Niemeyer marca os 118 anos do arquiteto na Praça dos Três Poderes

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Estátua em tamanho real de Niemeyer é inaugurada na Casa de Chá, em Brasília

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Oscar Niemeyer em bronze passa a “observar” a Praça dos Três Poderes a partir da Casa de Chá, obra que ele próprio projetou

Carmona / Senac DFA escultura de Oscar Niemeyer, obra de Leo Santana, é colocada no icônico espaço projetado pelo próprio arquiteto4 de 7

A escultura de Oscar Niemeyer, obra de Leo Santana, é colocada no icônico espaço projetado pelo próprio arquiteto

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escultura de Oscar Niemeyer faz parte do circuito cultural do Senac-DF, refletindo o compromisso com arte e memória em Brasília

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A nova escultura de bronze no coração de Brasília presta homenagem aos 118 anos do arquiteto que moldou a cidade

Carmona / Senac DFA obra do escultor Leo Santana traz Oscar Niemeyer de volta ao espaço que ele projetou, a Casa de Chá, no aniversário de seus 118 anos7 de 7

A obra do escultor Leo Santana traz Oscar Niemeyer de volta ao espaço que ele projetou, a Casa de Chá, no aniversário de seus 118 anos

Carmona / Senac DF

Hoje, sob gestão do Senac-DF como café-escola, o local já recebeu cerca de 250 mil visitantes em 18 meses, segundo balanço apresentado durante o evento.

Para o diretor regional do Senac-DF, Vitor Corrêa, a instalação da escultura é diretamente interligada com o sonho do arquiteto para o espaço. “Esse projeto é um sonho do próprio Niemeyer, que imaginava a Casa de Chá como um restaurante na Praça dos Três Poderes, um local de encontro e descanso. Hoje, as pessoas podem desfrutar desse sonho e, agora, ter a presença dele aqui, para uma foto, para manter esse legado vivo”, afirmou.

Segundo Corrêa, a obra foi concebida como um monumento móvel, o que permite sua realocação para diferentes espaços. “Ela pode estar na área interna, na área externa, em área coberta ou até em qualquer região administrativa do Distrito Federal. Pode ir para unidades do Senac ou para parcerias com o Poder Público”, explicou.

Produção da obra

Responsável pela criação da escultura, o artista Léo Santana detalhou o processo de pesquisa e construção da obra. Ele compartilhou que o convite o tocou de forma especial pelos pontos que compartilha entre sua trajetória e a expressão artística de Niemeyer.

“Ele trabalhou com o tridimensional como eu. Eu retrato poetas, músicos, pessoas de outras áreas artísticas, e de repente estou retratando alguém que também pensava em volume, forma e espaço”, disse.

O artista contou os pontos que passou até chegar ao resultado final, que incluiu extensa pesquisa fotográfica até a definição da imagem que seria reproduzida. “Eu fiquei em dúvida entre duas fotos. Escolhi aquela em que ele estava mais despojado, mais solto. Ele está sentado em um banco que é projeto dele também. Não criei nenhum outro elemento. Ele chegou, sentou ali, e está feito”, relatou.

Léo também explicou que optou por retratar Niemeyer em uma fase mais jovem, ligada ao período de criação de Brasília. “Na foto em que ele estava sentado, ele já era bem mais velho. Eu quis mesclar, trazer ele num momento em que estava mais ativo, quando fez Brasília”, afirmou.

A execução em bronze levou cerca de quatro meses desde o início da produção.

Familiares de Niemeyer

Presente na cerimônia, Cadu Niemeyer, neto do arquiteto e administrador do escritório Oscar Niemeyer, disse que acompanhou o projeto desde as primeiras etapas e colaborou com ajustes finais da escultura. “O Vitor me procurou com a intenção de fazer esse projeto. Eu tive contato com o artista para acertar alguns detalhes, corrigir pequenas diferenças, como sobrancelhas, essas coisas”, contou.

Segundo ele, o resultado final superou as expectativas. “Foi uma emoção muito grande. Só tenho a agradecer ao Vitor, ao Adalberto e a toda a equipe de Brasília que participou desse projeto. Tenho certeza de que meu avô ficaria extremamente contente com essa homenagem”, afirmou.

Cadu também falou sobre sua responsabilidade na preservação do legado do arquiteto. Nomeado juridicamente como inventariante e administrador do escritório Oscar Niemeyer, ele destacou o esforço para manter a obra e a memória do avô ativas. “É um trabalho contínuo. A gente tenta manter o legado dele vivo, não só na arquitetura, mas na memória cultural”, disse.

O papel do Arquivo Público do DF em perpetuar a memória

O evento também contou com a participação do superintendente do Arquivo Público do Distrito Federal, Adalberto Scigliano, que destacou a importância simbólica da homenagem. “Eu digo que isso é um reencontro de Niemeyer com sua obra”, afirmou.

Segundo Adalberto, o Arquivo Público mantém hoje um dos maiores acervos sobre a obra do arquiteto, com quase 10 milhões de documentos.

Ele ressaltou que iniciativas como essa ajudam a despertar o interesse das novas gerações. “Hoje, muitas crianças não sabem quem foi Niemeyer. Recebemos delegações do mundo inteiro interessadas na história de Brasília, e ações como essa recuperam a curiosidade e a importância do arquiteto”, avaliou.

Tratativas com o Iphan

Durante o evento, Vitor Corrêa comentou ainda sobre a vistoria realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na manhã do dia da inauguração.

Segundo ele, o Senac já protocolou documentação técnica e está em diálogo com o órgão. “O Iphan é parceiro da Casa de Chá desde a concepção do café-escola. Qualquer exigência será cumprida, sempre respeitando a preservação do patrimônio histórico”, disse.

Corrêa reforçou que a escultura é removível e está fixada em mobiliário da própria Casa de Chá, o que permite ajustes conforme orientações técnicas. “Estamos em tratativas e devemos ter um encaminhamento ainda nesta semana”, afirmou.