Fifa quer combater simulações e ampliar uso do VAR na Copa de 2026

O chefe de arbitragem da Fifa, Pierluigi Colina, destacou os próximos passos da entidade durante um evento prévio ao sorteio do Mundial

A Fifa avança em medidas para reduzir simulações de lesões — conhecidas como “cera” — e ampliar o uso do VAR em situações de jogo, com possibilidade de algumas mudanças já estarem disponíveis na Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, Canadá e México.

O chefe de arbitragem da Fifa, Pierluigi Colina, destacou os próximos passos da entidade durante um evento prévio ao sorteio do Mundial. Entre as inovações, está a revisão de cartões amarelos que levam a expulsões pelo VAR, algo que já passou por testes e será votado na IAFB, a instituição que regula as regras do futebol. A reunião ocorre em março, dando tempo para a implementação antes da Copa, caso seja aprovada.

“A discussão foi proposta na IAFB. Está na mesa estender para interferir. Precisamos pensar no futuro se podemos fazer algo de forma diferente”, afirmou Colina, lembrando que o VAR foi introduzido em 2016 e que, em nove anos, muitas situações do jogo mudaram.

Outra proposta é o uso de câmeras corporais nos árbitros, testadas no Mundial de Clubes, além de possíveis intervenções do VAR em lances de escanteio, para definir se a bola tocou ou não um defensor, embora esse ponto ainda não esteja pronto para 2026.

“Seria uma pena se uma competição fosse decidida não pelos jogadores, mas por um erro honesto do árbitro. Foi isso que nos convenceu sobre a tecnologia”, comentou Colina, ressaltando a importância de evitar atrasos durante as partidas.

A Fifa também observa atentamente as simulações de lesões. Durante a Copa Árabe, foi testada uma regra que retira jogadores caídos por dois minutos para atendimento médico. Segundo Colina, nas oito partidas avaliadas, não houve nenhuma intervenção médica desnecessária, o que indica que a medida ajuda a manter o ritmo do jogo.

“Não é apenas uma questão de perda de tempo, mas de ritmo da partida. Com essa regra, os médicos podem tratar os atletas por mais tempo, sem interferir no andamento do jogo”, explicou o dirigente.

No caso dos goleiros, a Fifa ainda estuda como lidar com paralisações por contusões, que têm aumentado, embora Colina tenha ironizado que não acredita que os goleiros se machuquem mais que no passado. Outro ponto crítico é a regra dos oito segundos para repor a bola nas mãos, frequentemente desrespeitada. A expectativa é que os árbitros apliquem a norma com mais rigor na Copa.

“Queremos limpar o jogo de comportamentos que atrapalham a fluidez. Alguns goleiros mantinham a bola nas mãos por até 25 segundos em certas ligas. Agora, com a regra dos oito segundos, haverá interferência do árbitro quando o limite for ultrapassado”, concluiu Colina.