Após utilizar o Salão do Automóvel de São Paulo para anunciar a chegada de mais dois modelos no ano que vem, a Omoda & Jaecoo revela um terceiro lançamento para 2026. Será o Omoda 4, o menor e mais barato carro da marca do Grupo Chery, que virá de olho nos SUVs subcompactos como Volkswagen Tera, Fiat Pulse e Renault Kardian.
Antes dele, porém, a marca trará dois modelos da linha Jaecoo: o Jaecoo 5, que desembarca ainda no primeiro semestre de 2026, e o Jaecoo 8, SUV grande topo de linha previsto para o terceiro trimestre. A estratégia visa emplacar 50.000 carros no ano que vem, volume que colocaria a operação próxima ao desempenho atual da Ford no país.

O Omoda 4 será posicionado abaixo do Omoda 5, mas com dimensões generosas para a categoria. Com 4,40 metros de comprimento, ele se situa na faixa superior dos compactos, empatando tecnicamente com o novo Nissan Kicks e superando Volkswagen T-Cross e Hyundai Creta.
Apesar deste tamanho, o seu alvo não serão os utilitários citados acima, e sim o degrau logo abaixo, onde estão Tera, Pulse e Kardian. Roger Corassa, novo vice-presidente executivo da OJ no Brasil, promete um “preço audacioso” para o Omoda 4, da mesma forma como surpreenderam com os valores cobrados pelo Omoda 5.
QUATRO RODAS teve contato com um protótipo do Omoda 4 em abril passado, durante uma apresentação em Wuhu (China), onde está a sede da empresa. Na ocasião, os executivos da operação brasileira falavam que a meta é ter um preço entre R$ 130.000 e R$ 150.000, dando uma boa distância em relação ao Omoda 5, que parte de R$ 159.990.
Se esta previsão se concretizar, o novo carro chinês enfrentará as versões intermediárias e topo de linha dos rivais. O VW Tera custa R$ 128.890 na versão Comfort e R$ 141.890 na configuração High. Já o Pulse custa R$ 134.490 na versão Audace e R$ 147.990 na variante Impetus. No caso do Kardian, os preços são de R$ 139.290 e R$ 149.990 pelas configurações Techno e Iconic, respectivamente.
Algumas concessões serão feitas para chegar neste preço. O Omoda 4 terá um acabamento simplificado em comparação ao Omoda 5, embora a fabricante diga que não será pobre, por não ser o DNA da marca. O mesmo deve acontecer com os equipamentos, deixando alguns restritos ao Omoda 5, mas ainda assim bem posicionado para atrair os clientes.
O visual definitivo do modelo será revelado apenas em abril de 2026, durante o Salão de Pequim, mas a promessa é de um design com personalidade forte.

Quando o primeiro protótipo foi apresentado, a Omoda Jaecoo falava sobre o lançamento de um motor 1.0 turbo, inclusive com uma versão utilizando um sistema híbrido pleno. Porém, a marca tem feito silêncio sobre este motor até para outros países. Os rumores mais atuais falam da versão híbrida usar uma variante menos potente do 1.5 turbo híbrido que equipa o Omoda 5.
Além do Omoda 4, a empresa anunciou o investimento de R$ 15 milhões aplicados em sua matriz na China para o desenvolvimento de motores flex prontos para eletrificação. A marca não detalhou quais de seus motores aceitarão etanol ou mesmo se será aplicado tanto para os veículos híbridos pleno quanto os híbridos plug-in. A única confirmação é que a tecnologia bicombustível chegará ao mercado em 2027.
Novos Jaecoo à caminho
O calendário de 2026 abre com o Jaecoo 5. Com 4,38 m de comprimento, ele é ligeiramente menor que o Omoda 5 e terá a missão de ser a porta de entrada da submarca Jaecoo. Este posicionamento também aparecerá nos preços, custando um pouco menos que o Omoda 5, da mesma forma que o Jaecoo 7 é mais barato que o Omoda 7.
A motorização para o Brasil ainda é mantida em sigilo, mas a proposta da marca é de duas opções de trem de força, possivelmente incluindo uma variante híbrida convencional (HEV). Entre os equipamentos, o modelo deve oferecer teto solar panorâmico e tela multimídia de 13,2 polegadas.

Já no terceiro trimestre chega o Jaecoo 8, o “flagship” da marca. O SUV de 4,82 m de comprimento oferecerá configurações de seis ou sete lugares e um conjunto mecânico robusto. Trata-se de um híbrido plug-in (PHEV) que combina um motor 1.5 turbo a gasolina com dois motores elétricos, entregando tração integral e mais de 500 cv de potência combinada. A bateria de 30 kWh deve garantir boa autonomia elétrica, embora o peso elevado do conjunto cobre seu preço na eficiência energética total.
Vai ter fábrica
A produção local segue em negociação, com a expectativa de ter uma resolução em 2026. Corassa afirma que definir a fábrica é a sua prioridade no novo cargo e que o projeto “está bem encaminhado”. O executivo diz que ainda trabalham com diversas possibilidade, sem descartar importar carros demontados para montar em uma fábrica terceirizada para conseguir ter um volume maior.
Isto não substituiria uma produção completa local. O vice-presidente comentou sobre como cada região do país oferece benefícios e que a empresa está olhando para cada um antes de decidir o que fazer. Até mesmo o complexo em Jacareí (SP), o seu primeiro fora da China e que está sob o controle da Caoa Chery (embora esteja desativado), ainda é uma possibilidade.
Para sustentar o volume projetado, a rede de concessionárias saltará dos atuais 52 pontos para 70 até o final de 2025, com a meta de atingir 100 lojas até o encerramento de 2026.


