Saiba o motivo da implosão de icônico hotel no centro de Brasília

O icônico Torre Palace Hotel, localizado no Setor Hoteleiro Norte, será implodido após a aquisição do prédio, fechado desde 2013, por um grupo do ramo hoteleiro que pretende erguer novo empreendimento no local.

A implosão faz parte do processo de substituição da antiga estrutura, que entrou em decadência após a morte do fundador, o empresário libanês Jibran El-Hadj, em 2000.

Desde o encerramento das atividades, o edifício passou a sofrer invasões, depredações e se tornou um ponto de insegurança e deterioração urbana.

A implosão, inicialmente prevista para o domingo (21/12), foi remarcada para 25 de janeiro de 2026, a pedido do Exército Brasileiro, órgão responsável pela autorização, fiscalização e logística do uso de explosivos no país. A Força solicitou mais tempo para organizar a operação.

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No Brasil, explosivos, detonadores e acessórios são classificados como Produtos Controlados pelo Exército (PCE), cuja regulamentação envolve critérios de segurança pública, ordem interna e defesa nacional.

Além de autorizar o uso do material, o Exército atua de forma integrada com outros órgãos para garantir o isolamento do perímetro e a segurança da população.

Segundo dados técnicos da empresa RVS Construções e Demolições, responsável pela operação, foram realizados 938 furos estruturais, com a utilização de 165,56 quilos de explosivos do tipo Ibegel SSP.

O material será instalado nos pavimentos térreo, 1º, 2º, 3º e 7º, totalizando 600,78 metros perfurados nos pilares. O colapso foi projetado com leve inclinação para o Leste, reduzindo a dispersão de resíduos em direção ao Eixo Monumental.

A operação contará com apoio da Defesa Civil, da Polícia, do Detran e do Corpo de Bombeiros. No dia da implosão, haverá evacuação preventiva dos hotéis mais próximos, localizados à frente e à lateral do edifício.

Durante os anos em que permaneceu fechado, o Torre Palace também foi alvo de disputas judiciais entre herdeiros e de outros imbróglios na Justiça.

Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Justiça trabalhista analisasse uma questão relacionada ao leilão do imóvel. Em 2016, uma grande operação retirou ocupantes do prédio, então conhecido como “Cracolândia Vertical”.