O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos, informou que as investigações sobre as cobranças indevidas realizadas por entidades em contas de aposentados e pensionistas estão em seus estágios iniciais. No entanto, a operação realizada nesta quarta-feira (23/4) resultou na apreensão de veículos de luxo, incluindo Ferraris e Rolls-Royces, pertencentes aos suspeitos. O esquema, revelado pelo Metrópoles, levou à execução de 211 mandados de busca e apreensão, além de seis mandados de prisão, nas 13 unidades da federação e no Distrito Federal.
Passos destacou a gravidade da operação, mencionando que, apesar de a investigação estar apenas começando, foram identificados bens de alto valor. “Com um único alvo, conseguimos apreender vários veículos de luxo, avaliados em mais de R$ 15 milhões, além de quantias significativas em dinheiro, como mais de US$ 220 mil com um dos investigados e outros US$ 150 mil com outro. Esses dados mostram a seriedade da operação e o impacto positivo dessa investigação”, afirmou.
Além dos carros, também foram apreendidas motocicletas. As investigações envolvem membros de entidades, intermediários e servidores públicos que são suspeitos de estar envolvidos nas cobranças irregulares. A PF apurou que as entidades cobraram cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.
Como parte das medidas tomadas pela operação, o diretor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, e outros quatro membros da cúpula do órgão foram afastados por determinação judicial. Entre os afastados estão o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente, Giovani Batista Fassarella Spiecker, o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos, e o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios, Jacimar Fonseca da Silva.
A operação, que recebeu o nome de “Sem Desconto”, foi realizada pela PF com o objetivo de aprofundar as investigações sobre as cobranças irregulares feitas por entidades em contas de aposentados e pensionistas do INSS. Também foram cumpridos mandados de sequestro de bens, totalizando mais de R$ 1 bilhão, e seis servidores foram afastados. Além disso, a PF revelou que identificou empresas de fachada que receberam grandes quantias provenientes de desvios relacionados a essas cobranças indevidas.
O caso foi inicialmente revelado pelo Metrópoles, na coluna de Fabio Serapião, e segue sendo acompanhado por diversas autoridades, como o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, e o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.