Deolane e Virgínia estão entre os indicados por crimes em relatório da CPI das apostas

Entre os nomes mencionados pela parlamentar estão personalidades conhecidas do público, como as influenciadoras digitais Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), responsável pela relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades no setor de apostas esportivas, apresentou nesta terça-feira (10) o relatório final da CPI. O documento solicita que 16 pessoas sejam responsabilizadas criminalmente por práticas como lavagem de dinheiro, estelionato, propaganda enganosa e envolvimento com jogos de azar.

Entre os nomes mencionados pela parlamentar estão personalidades conhecidas do público, como as influenciadoras digitais Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra. Também são citados empresários do ramo de apostas, como José Daniel Carvalho Saturnino e Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG.

A senadora recomenda que todo o material levantado durante os trabalhos da comissão seja encaminhado ao Ministério Público Federal, que poderá decidir pela abertura de processos criminais contra os citados.

A entrega do relatório ocorreu em sessão com baixa presença de parlamentares. A proposta de Soraya não foi votada na ocasião, e os trabalhos da comissão vinham sendo prejudicados por sucessivas ausências dos integrantes, que impediram o andamento regular das reuniões e a apreciação de requerimentos.

Durante as investigações, um dos depoentes foi detido sob suspeita de prestar declarações falsas à CPI, mas acabou sendo liberado horas depois. A presença de influenciadores digitais nos depoimentos foi uma tentativa de dar visibilidade à comissão, mas acabou sendo criticada por desviar o foco principal da apuração.

Lista dos investigados e os crimes apontados no relatório:

Adélia de Jesus Soares – Acusada de envolvimento em lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Está vinculada à empresa PlayFlow Processadora de Pagamentos Ltda.

Daniel Pardim Tavares Gonçalves – Responde por falso testemunho, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele é ligado à Peach Blossom Technology e à ZeroUmbet.

Deolane Bezerra dos Santos – Enfrenta acusações que vão desde jogo ilegal até lavagem de dinheiro e estelionato. Ela é citada como sócia da Zeroumbet e dona de empresa de publicidade.

Ana Beatriz Scipiao Barros – Cobrada por envolvimento em loteria clandestina, fraudes e crimes financeiros. Tem participação na Zeroumbet.

Jair Machado Junior – Consta como sócio da Zeroumbet e responde por acusações semelhantes aos anteriores.

José Daniel Carvalho Saturnino – Outro sócio da Zeroumbet, envolvido em atividades ilícitas relacionadas a jogos, estelionato e lavagem de capitais.

Leila Pardim Tavares Lima – Esposa de Daniel Pardim, também associada à ZeroUmbet, é acusada de crimes semelhantes.

Marcella Ferraz de Oliveira – Investigada por operar em loteria não autorizada e lavagem de recursos, também vinculada à Zeroumbet.

Virgínia Pimenta da Fonseca Serrão Costa (Virgínia Fonseca) – Apontada por veicular propaganda enganosa e obter vantagens indevidas por meio de publicidade que vinculava ganhos ao prejuízo de apostadores.

Pâmela de Souza Drudi – Suspeita de promover publicidade enganosa e apresentar movimentações financeiras incompatíveis com sua renda declarada.

Erlan Ribeiro Lima Oliveira – Ligado à empresa OIG Gaming Brazil, é citado por suspeita de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Fernando Oliveira Lima – Apelidado de Fernandin, sócio da OIG Gaming Brazil, é acusado de estruturar operações fraudulentas.

Toni Macedo da Silveira Rodrigues – Apontado como responsável administrativo da OIG Gaming Brazil, sob suspeita de participação em rede de lavagem.

Marcus Vinicius Freire de Lima e Silva – Investigado por lavagem de ativos, corrupção ativa, tráfico de influência e participação em organização criminosa.

Jorge Barbosa Dias – Proprietário da MarjoSports, está sob investigação por movimentações financeiras irregulares e possível evasão fiscal.

Bruno Viana Rodrigues – Sócio da Brax Produção e Publicidade, responde por acusações de lavagem de dinheiro, associação criminosa e exploração de jogos proibidos.