Israel adia votação de cessar-fogo após acusar Hamas de tentar incluir novas exigências

Israel aguarda confirmação dos mediadores sobre os termos do cessar-fogo antes de reunião ministerial; Hamas refuta novas exigências

Um dia após os mediadores internacionais anunciarem que os termos para um acordo de cessar-fogo e a liberação de reféns em Gaza haviam sido aceitos pelas partes envolvidas, o Gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de tentar adicionar novas exigências para cumprir sua parte no acordo. Como resultado, foi cancelada uma reunião ministerial marcada para esta quinta-feira, que tinha como objetivo formalizar a aceitação da proposta por Israel. O Hamas negou as acusações e destacou que os ataques israelenses contra Gaza nas últimas 24 horas deixaram dezenas de mortos.

De acordo com um comunicado emitido pelo Gabinete de Netanyahu, o Hamas teria violado partes do acordo para tentar obter concessões de última hora. O Gabinete de segurança israelense, portanto, informou que não se reunirá até que os mediadores confirmem que o Hamas aceitou todos os termos do acordo. Em resposta, representantes do Hamas rejeitaram as acusações. Izzat el-Risheq, um alto membro do grupo, afirmou via Telegram que o Hamas continua comprometido com os termos acordados, enquanto Sami Abu Zuhri, outro líder, classificou a acusação israelense como “infundada” e pediu que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, pressionasse Israel a seguir o acordo.

Fontes da imprensa israelense citaram o Gabinete de Netanyahu ao apontar que o impasse no acordo envolvia detalhes sobre a troca de reféns por prisioneiros palestinos detidos em Israel, com o Hamas exigindo o nome dos prisioneiros a serem libertados, algo que o governo israelense alega não estar previsto nos termos estabelecidos. Segundo uma versão vazada pela mídia israelense, a liberação de prisioneiros seria baseada em “listas acordadas por ambas as partes”.

Em uma troca de mensagens com o New York Times, o porta-voz de Netanyahu, Omer Dostri, afirmou que as divergências também envolviam a posição das tropas israelenses ao longo da fronteira de Gaza com o Egito, uma área considerada estratégica para o controle do fluxo de armas para o Hamas.

“Não há acordo neste momento, portanto, não haverá reunião de gabinete”, declarou Dostri.