Nunes defende Tarcísio após chamar Moraes de tirano em ato da direita

Segundo Nunes, "como amigo pessoal", compreendeu a postura do governador, ressaltando que Tarcísio é "um dos que mais vem dialogando com o ministro" do STF

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), comentou nesta quinta-feira (11) o tom agressivo adotado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra o ministro Alexandre de Moraes, durante a manifestação da direita no 7 de Setembro, na avenida Paulista.

Segundo Nunes, “como amigo pessoal”, compreendeu a postura do governador, ressaltando que Tarcísio é “um dos que mais vem dialogando com o ministro” do STF, responsável pelo processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O prefeito avaliou que, “em algumas situações, as pessoas acabam perdendo um pouco as estribeiras de tanto tentar, tentar” a “pacificação” política. Ele sugeriu ainda que os ministros do Supremo “tenham o coração mais amolecido”.

A defesa pública de Tarcísio foi feita durante um café da manhã com pastores na ExpoCristã, feira voltada ao segmento evangélico.

Nunes recordou que, em manifestações anteriores, o governador havia orientado os apoiadores de Bolsonaro a evitarem ataques diretos ao STF. Na sua visão, Tarcísio buscava “amenizar e pacificar” tensões, mas acabou radicalizando no ato liderado por Silas Malafaia. Na ocasião, chamou Moraes de tirano e acusou a Corte de julgar “um crime que não existiu”.

Hoje, Tarcísio é apontado como o principal nome da direita para disputar a Presidência em 2026, diante da inelegibilidade de Bolsonaro, que enfrenta condenações no STF.

Ricardo Nunes também comentou o relato de Michelle Bolsonaro, que afirmou que o carro em que viajava com a filha caçula foi revistado por autoridades. “Quando você atinge uma filha, a gente precisa ter um pouco dessa sensibilidade também, né? Todos os exageros, a gente precisa, independente de onde vier, a gente precisa contestar. Não é possível que a gente ache isso normal”, afirmou.

Enquanto isso, o julgamento da trama golpista segue em andamento no STF. Na quarta (10), Bolsonaro conquistou vitória parcial com o voto do ministro Luiz Fux, que defendeu sua absolvição e pediu a anulação do processo. Fux, no entanto, votou pela condenação de Mauro Cid e do general Walter Braga Netto.

Já os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino se manifestaram pela condenação de todos os réus. Os próximos votos serão de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, com previsão de conclusão até sexta (12).

Além de Bolsonaro, outros sete nomes são julgados por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e destruição de patrimônio tombado.

Entre os acusados estão:

Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin;

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

Augusto Heleno, ex-chefe do GSI;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa;

Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.