Israel decidiu manter fechada a passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, e limitar o envio de ajuda humanitária, em retaliação ao Hamas por “não ter cumprido a sua parte no tratado” de devolver todos os corpos de reféns mortos, reportou o The Times of Israel.
As autoridades das Forças de Defesa de Israel (FDI) concluíram que o Hamas não realizou esforços concretos para recuperar os restos mortais. A passagem, que estava prevista para reabrir nos próximos dias como parte da primeira fase do cessar-fogo, deve permanecer fechada pelo menos até quarta-feira, informou a Reuters, sem previsão de duração da medida.
O Hamas libertou 20 reféns vivos e entregou quatro corpos, mas 24 ainda permanecem em Gaza. Em resposta, Israel acusou o grupo de violar o acordo de trégua. O movimento palestino já havia alertado que a localização de alguns corpos seria demorada, pois muitos jazigos se encontram sob escombros e ainda não foram identificados.
Nesta terça-feira (14), o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas enviou uma carta ao enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, expressando preocupação com a devolução dos restos mortais. “O que temíamos está acontecendo diante dos nossos olhos”, afirmou o fórum, pedindo ao enviado que “faça tudo o que estiver ao seu alcance e exija que o Hamas cumpra sua parte do acordo e traga todos os reféns restantes para casa”.
Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a devolução dos corpos é um processo complexo. O porta-voz Christian Cardon afirmou que “esse é um desafio ainda maior do que a libertação das pessoas vivas” e que a operação pode levar dias, semanas ou até nunca ser concluída.
Enquanto isso, o primeiro grupo de corpos de palestinos mortos durante a guerra chegou ao enclave após liberação por Israel. Ao todo, 45 corpos foram encaminhados ao Hospital Nasser, em Gaza, segundo informações da Reuters.