O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (23/10) que pretende manter o “diálogo” com os Estados Unidos, mesmo após o adiamento da cúpula com Donald Trump, que seria realizada em Budapeste, na Hungria, para discutir o fim da guerra na Ucrânia. O russo minimizou, ainda, o impacto das novas sanções norte-americanas, classificando-as como um “ato hostil”, mas incapaz de abalar significativamente a economia do país.
As novas medidas dos EUA incluem o congelamento dos ativos das petroleiras Rosneft e Lukoil em território americano e a proibição de empresas dos EUA de manter negócios com ambas. Mesmo assim, Putin segue tentando projetar confiança: “As sanções são graves, é claro, mas não afetarão significativamente o nosso bem-estar econômico. O setor de energia russo está confiante.”
O presidente acrescentou que “nenhum país que se preze faz algo sob pressão” e disse ter alertado Trump sobre o possível impacto global das medidas.
Durante coletiva de imprensa, o russo tentou adotar um tom conciliador, ao dizer que “o diálogo é sempre uma alternativa melhor ao confronto”, entretanto fez novo alerta sobre mísseis Tomahawk.
“Se o território russo for atingido com tal arma, a resposta será muito séria, se não completamente avassaladora”, afirmou.
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Encontro entre Vladmir Putin e Donald Trump
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Putin e Trump no Alasca em agosto de 2025
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Encontro entre Trump e Putin teve várias pautas
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Encontro entre Putin e Trump
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Putin e Trump se cumprimentam
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Europa endurece posição
A União Europeia também anunciou uma nova rodada de sanções contra Moscou, mirando principalmente a frota “fantasma” de petroleiros usada pela Rússia para driblar restrições. O bloco europeu deve aprovar, ainda, um plano de financiamento à Ucrânia pelos próximos dois anos, com recursos provenientes de ativos russos congelados.
Segundo o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, a proposta é usar cerca de 140 bilhões de euros (cerca de R$ 800 bilhões) para sustentar a economia e o esforço de guerra ucraniano.
Pressão da Otan
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou durante visita à Casa Branca que a pressão coordenada entre EUA e Europa pode “mudar os cálculos de Putin” e levá-lo “à mesa de negociações”. Segundo ele, “talvez não hoje ou amanhã, mas conseguiremos”.
Apesar disso, o cancelamento da cúpula entre Trump e Putin representou um revés para as tentativas de diálogo. O republicano disse ter decidido suspender o encontro por considerar que “não parecia que chegaríamos onde precisávamos”.