O assalto relâmpago no Museu do Louvre, em Paris, chocou o mundo com a audácia dos ladrões que levaram algumas das mais valiosas joias da coroa francesa em questão de minutos. De todas as peças raras, porém, uma ficou intocada no museu após a ação dos criminosos, revelando um mistério assustador e sombrio da história da França.
Segundo as autoridades francesas, o assalto levou cerca de oito minutos. Os criminosos levaram cerca de R$ 550 milhões em conjuntos feitos à base de safiras, esmeraldas e diamantes, que já pertenceram a nobres, imperadores e princesas — confira a lista aqui.
Além da coroa da Imperatriz Eugênia, que foi deixada para trás danificada, supostamente, por acidente, o Diamante Regente foi o único artefato das vitrines da Galeria de Apolo do Louvre que não foi alvo dos criminosos.
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Tiara que pertenceu a imperatriz Eugênia
Museu do Louvre/Divulgação
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Broche Relicário que foi roubado do Museu do Louvre, em Paris
Museu do Louvre/Divulgação
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Roubo no Museu do Louvre
Reprodução/ BFMTV
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Coroa da imperatriz Eugênia, que foi recuperada horas depois do roubo danificada em uma rua de Paris, segundo a polícia
Divulgação/Museu do Louvre
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Colar e brincos da imperadora Maria Luisa, segunda esposa de Napoleão Bonaparte, com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes
Divulgação/Museu do Louvre
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Broche com 2.634 diamantes da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III. A peça foi adquirida só em 2008 pelo Louvre por 6,72 milhões de euros (cerca de R$ 42,2 milhões)
Divulgação/Museu do Louvre
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Coroa com safiras e quase 2.000 diamantes e colar com oito safiras do Sri Lanka e mais de 600 diamantes da rainha consorte Maria Amélia (a foto também exibe brincos e um broche, mas as peças não foram levadas)
Divulgação/Museu do Louvre
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Museu do Louvre, na França
Getty Images
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Não roubado: o item mais caro da galeria Apollo, onde houve o roubo, um diamante de 140 quilates avaliado em US$ 60 milhões (cerca de R$ 377 milhões), não foi levado pelos ladrões.
Divulgação/Museu do Louvre
O cristal, segundo o próprio Louvre, teria entre 410 a 426 quilates, sendo considerado um dos mais raros do mundo. O diamante teria sido encontrado por um escravizado, na Índia, durante o século XVIII, que escondeu a joia dentro de um curativo que tinha sob uma ferida na perna.
Em troca da liberdade, ele teria oferecido o achado a um capitão inglês, que o enganou e o atirou ao mar. Logo depois, porém, o capitão teria se desfeito da peça por uma quantia irrisória e se enforcado ainda na costa indiana. E assim nasceu a maldição do diamante, que levaria os donos a destinos catastróficos.
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O próximo dono foi Thomas Pitt, então governador de uma das colônias inglesas na Índia. O então Diamante Pitt foi lapidado em um formato de almofada brilhante de 140,64 quilates, perdendo cerca de 60% de seu tamanho original.
A peça foi vendida ao rei Filipe II, rebatizada como o Diamante Regente e depois incorporada às coroas e joias dos futuros regentes da França. Todos, porém, acabaram encontrando um destino trágico — supostamente devido à maldição.
O diamante pertenceu à coroa de Luís XV, monarca que enfrentou a Revolução Francesa; à coroa de Maria Antonieta, que foi presa e guilhotinada pelos revolucionários; ao punho da espada de Napoleão Bonaparte, que foi derrotado e forçado ao exílio; e à coroa Carlos X, que foi forçado a abdicar do trono e morreu de cólera anos depois.
À Reuters, as autoridades responderam que realmente não há explicação — se não o medo da suposta maldição — para justificar o fato dos ladrões terem deixado o diamante intocado durante o assalto.
“Só quando eles estiverem presos e enfrentarem os investigadores é que saberemos que tipo de ordem eles tinham e por que não miraram naquela janela”, afirmou a promotora de Paris, Laure Beccuau.
Para especialistas citados pelo veículo internacional, a reputação macabra da joia talvez seja justamente a resposta. Além de poder ser facilmente reconhecido, o diamante também poderia ser um item não desejado por compradores do mercado ilegal justamente pelo medo da infame maldição.