O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira (24) que não espera alcançar um acordo imediato com o presidente Donald Trump durante a reunião marcada para o domingo (26), na Malásia.
Segundo Lula, o encontro — agendado para a tarde de domingo, em Kuala Lumpur — será apenas o ponto de partida de um processo mais longo, que envolverá negociações técnicas e políticas entre ministros brasileiros e secretários norte-americanos.
Antes de embarcar de Jacarta, na Indonésia, com destino à capital malaia, o presidente explicou que só participa de reuniões quando acredita no sucesso delas. Ele afirmou que entende que um entendimento não será alcançado de imediato, mas ressaltou que as tratativas continuarão sob responsabilidade dos negociadores de ambos os países.
O chefe do Executivo comentou que participa do encontro com otimismo e senso de responsabilidade, confiante de que a conversa possa gerar resultados positivos para os interesses brasileiros.
Quando questionado sobre o prazo ideal para a concretização de um eventual acordo, Lula respondeu de forma enfática que o quanto antes, melhor, indicando que gostaria que o entendimento já tivesse ocorrido, mas que ficaria satisfeito se fosse alcançado em breve.
O presidente evitou entrar em detalhes sobre os setores econômicos que serão debatidos, como o de minerais críticos — entre eles as terras raras —, preferindo não antecipar as propostas brasileiras que serão apresentadas aos Estados Unidos.
Lula explicou ainda que as negociações entre os dois países haviam passado por um período de estagnação, mas que, após uma conversa telefônica com Trump, o diálogo foi retomado. Ele destacou o desejo de reconstruir uma relação diplomática equilibrada e civilizada entre as duas nações.
O presidente reiterou que pretende conduzir a conversa de forma direta e transparente, com foco na defesa dos interesses do Brasil. Entre os temas que pretende abordar, mencionou as taxações impostas a produtos brasileiros e as sanções aplicadas a ministros da Suprema Corte, que, segundo ele, carecem de justificativa.
Lula afirmou que o encontro com Trump será “sem frescura”, centrado em objetividade e sinceridade. Ele pretende discutir questões comerciais, como o aumento do preço da carne nos Estados Unidos e a inflação sobre o café no mercado americano. A expectativa do governo brasileiro é de que esses produtos sejam retirados do pacote de tarifas imposto por Washington.