Trump critica Putin após anúncio russo de míssil com propulsão nuclear

“Essa guerra, que deveria durar uma semana, está prestes a entrar em seu quarto ano. É isso que ele deveria fazer, em vez de testar mísseis”, disse Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (EUA) durante conversa com jornalistas a bordo do avião que o levava ao Japão, no segundo dia de sua turnê pela Ásia.

“É uma criação única que ninguém mais no mundo possui”, celebrou o presidente russo Vladimir Putin nesta segunda-feira (27/10), referindo-se ao míssil Bourevestnik (“ave da tempestade”, em russo), que teria “alcance ilimitado”. No último teste, realizado em 21 de outubro, o míssil de cruzeiro permaneceu no ar por “cerca de 15 horas”, sobrevoando 14 mil km, segundo o chefe do Estado-Maior russo, Valéri Guerássimov.

“Eles sabem que temos um submarino nuclear, o melhor do mundo”, acrescentou Trump. O presidente americano, que se vangloriou de conseguir dialogar com Putin sobre o fim do conflito na Ucrânia, agora não economiza farpas quando se refere ao líder russo.

Após mencionar um possível encontro com Vladimir Putin em Budapeste, na Hungria, Trump voltou atrás. No sábado (25/10), afirmou que não “perderia seu tempo” organizando uma nova reunião com o presidente russo sem um acordo à vista para encerrar o conflito na Ucrânia.

Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram sanções contra duas gigantes do setor de hidrocarbonetos da Rússia, Rosneft e Lukoil. Essas são primeiras medidas significativas adotadas por Trump contra Moscou desde seu retorno ao poder.

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Rússia diz ter interceptado drones ucranianos

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou na manhã desta segunda ter interceptado 193 drones ucranianos na noite de domingo (26/10).

A ofensiva causou a morte do motorista de um micro-ônibus e deixou cinco passageiros feridos na cidade de Pogar, escreveu em uma mensagem no Telegram Alexandre Bogomaz, governador da região de Briansk, na fronteira com a Ucrânia.

Segundo a Rússia, 47 drones sobrevoaram a região de Briansk e outros 40 a região de Moscou. A maioria se dirigia à capital russa, segundo o Ministério da Defesa.

Desde o início da ofensiva, em fevereiro de 2022, a Rússia lança quase diariamente drones e mísseis contra a Ucrânia, que responde com ataques ao território russo. Kiev visa especialmente as infraestruturas energéticas russas.

Na região ucraniana de Lugansk, no leste, que foi ocupada pelos russos, as autoridades locais nomeadas por Moscou afirmaram que dois depósitos de combustível foram atingidos durante a noite por drones ucranianos.

“O ataque danificou edifícios administrativos, vários caminhões-tanque e reservatórios de combustível”, informou o responsável local Andrei Elisseiev, em sua conta no Telegram, acrescentando que não houve feridos.

A Ucrânia também foi alvo de ataques de 100 drones, dos quais 66 foram abatidos durante a noite de domingo para segunda-feira, segundo informou a força aérea ucraniana. De acordo com essa fonte, que não forneceu mais detalhes, 26 desses drones atingiram locais em nove localidades.

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