Trump acusa “islamitas radicais” de massacrar cristãos na Nigéria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (31/10) que “islamitas radicais” estariam promovendo um “massacre” de cristãos na Nigéria. Em publicação feita na plataforma Truth Social, o republicano declarou que o cristianismo enfrenta uma “ameaça existencial” no país africano e pediu uma investigação imediata do Congresso americano sobre o caso.

“Declaro a Nigéria um PAÍS DE ESPECIAL PREOCUPAÇÃO [expressão usada pelo governo norte-americano para se referir a locais com graves violações da liberdade religiosa] — mas isso é o de menos. Quando cristãos, ou qualquer outro grupo semelhante, são massacrados como está acontecendo na Nigéria, algo precisa ser feito”, escreveu.

Trump defendeu que os EUA não devem “ficar de braços cruzados enquanto tais atrocidades acontecem”. O presidente afirmou ainda que está “pronto, disposto e apto a salvar” a população cristã em todo o mundo.

No início de outubro, o senador republicano Ted Cruz, do Texas, afirmou que mais de 50 mil cristãos foram mortos no país desde 2009, número que o governo nigeriano nega. Cruz também acusou grupos extremistas de destruírem milhares de igrejas e escolas e apresentou um projeto de lei no Congresso, o Ato de Responsabilização pela Liberdade Religiosa da Nigéria de 2025, voltado à proteção de comunidades cristãs.

Em resposta, o porta-voz do presidente nigeriano Bola Tinubu, Sunday Dare, classificou as alegações como “retórica irresponsável que alimenta mal-entendidos”. Segundo ele, “a Nigéria não está testemunhando um genocídio cristão; está enfrentando o terrorismo que atinge a todos”.

O tema também tem sido debatido por entidades internacionais. A organização Portas Abertas, que monitora a perseguição a cristãos no mundo, coloca a Nigéria como o sétimo país mais perigoso para seguidores da fé cristã. No relatório mais recente da entidade, 3,1 mil dos 4.476 cristãos mortos globalmente por motivos religiosos em 2024 foram vítimas de ataques na Nigéria.

A ONG atribui a maior parte desses assassinatos a grupos jihadistas islâmicos, incluindo militantes fulani, o Boko Haram e o ISWAP (Estado Islâmico da Província da África Ocidental). Outras organizações de direitos humanos apontam o mesmo padrão de violência, mas destacam que muitos ataques também atingem muçulmanos e civis de outras religiões.

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