O grupo investigado na Operação Kryptolaundry, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Procuradoria da República do Distrito Federal, e que permaneceu preso por apenas 24 horas, teve seus integrantes identificados como:
- André Albuquerque Feitosa, policial militar do Distrito Federal;
- Alexandre Sepúlveda Verlage Borges;
- Bruna Duarte Verlage Borges, esposa de Alexandre;
- Felipe José Silva Novais, marido de Kamila Novais;
- Phillipp Chaves Carneiro, advogado;
- Kamila Martins Novais, advogada;
- Matheus Rodrigues Pereira Bezerra, advogado.
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Matheus Rodrigues Pereira Bezerra
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Philipp Chaves Carneiro – advogado
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Kamila Martins Novais – advogada
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Felipe José Silva
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Bruna Duarte Verlage Borges – esposa de Alexandre
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André de Albuquerque – cabo da PMDF
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Alexandre Sepulveda marido de Bruna Duarte
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O grupo, que chegou a constar na lista vermelha da Interpol, é investigado por integrar um esquema criminoso atribuído a Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, alvo de apurações desde 2021.
A coluna Na Mira tenta localizar a defesa dos investigados. O espaço segue aberto para manifestações. A matéria será atualizada à medida que os posicionamentos forem apresentados.
A operação foi realizada na terça-feira (9/12) e cumpriu 24 mandados de busca e apreensão, além de decretar nove prisões preventivas. Segundo a Receita Federal, 45 pessoas físicas e jurídicas são investigadas por participação em uma rede de captação ilegal de recursos em criptoativos e lavagem de dinheiro, com atuação predominante no Distrito Federal.
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Bloqueio milionário
A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 685 milhões, além do sequestro de imóveis urbanos, rurais e empreendimentos comerciais. As investigações indicam que o esquema movimentou mais de R$ 2,7 bilhões ao longo de cinco anos, lesando cerca de 62 mil investidores, atraídos por promessas de rendimentos mensais de 10%.
A ação ocorreu simultaneamente no Distrito Federal, Pará e Espanha, com apoio de cooperação internacional.
Núcleo em Brasília
No âmbito do Núcleo Brasília, foi identificada a liderança de Phillipp Chaves Carneiro, advogado, e Felipe José Silva Novais, marido da advogada Kamila Martins Novais. Ambos seriam responsáveis pela estruturação e expansão regional do esquema desde 2017.
De acordo com as investigações, eles teriam recebido valores milionários diretamente da cúpula da G.A.S., incluindo mais de R$ 40 milhões destinados à sociedade Carneiro Novais Advogados Associados, além de mais de R$ 80 milhões recebidos pessoalmente por Felipe Novais e sua esposa, Kamila.
A organização criminosa contava ainda com operadores financeiros e sócios administrativos, entre eles Alexandre Sepúlveda Verlage Borges, André Albuquerque Feitosa, terceiro-sargento da Polícia Militar do DF, e Matheus Rodrigues Pereira Bezerra. Segundo o MPF, eles seriam responsáveis pela circulação e dissimulação de valores ilícitos, por meio de empresas criadas exclusivamente para esse fim.
As investigações apontam o uso de contas bancárias de familiares, o encerramento de empresas logo após movimentações atípicas e a concentração de diversas pessoas jurídicas em um mesmo endereço, elementos que reforçam o caráter de empresas de fachada.
Papel do cabo da PM na organização criminosa
Segundo o Gaeco do MPF, o terceiro-sargento da PMDF André Albuquerque Feitosa não atuava como mero colaborador eventual, mas como peça-chave da engrenagem operacional e financeira do núcleo brasiliense da organização criminosa vinculada à G.A.S. Consultoria & Tecnologia Ltda.
Ainda de acordo com o MPF, o investigado teria se valido de sua condição de agente de segurança pública para integrar uma estrutura voltada à prática de crimes graves contra o sistema financeiro e a ordem econômica, o que agrava a reprovabilidade de sua conduta.
Os elementos reunidos indicam que Feitosa atuava de forma habitual e continuada, sendo responsável pela operacionalização financeira de grandes volumes de recursos oriundos da G.A.S. Sua empresa, A.M. Feitosa Consultoria e Intermediação de Negócios Ltda., movimentou mais de R$ 89 milhões, valor considerado incompatível com sua capacidade econômica declarada.
Além disso, o investigado teria utilizado contas bancárias de seus pais para ocultar e pulverizar valores ilícitos, reforçando, segundo os investigadores, a existência de uma prática consciente, reiterada e tecnicamente estruturada de lavagem de capitais.
As apurações indicam, em tese, a prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e outros crimes financeiros, além de risco concreto de continuidade delitiva e ocultação patrimonial. A dimensão das operações, o volume bilionário movimentado e a existência de estruturas destinadas à dissimulação de ativos embasaram o pedido de prisão preventiva.