Erik Menendez, o mais jovem dos irmãos que ganharam notoriedade pelo assassinato dos pais em Los Angeles, em 1989, teve negado o pedido de liberdade condicional, sendo considerado ainda um “risco inaceitável para a segurança pública”.
O norte-americano, atualmente com 54 anos, entrou com o primeiro pedido de soltura após a redução de sua pena e a do irmão, Lyle, de prisão perpétua para 50 anos, decisão que o tornou elegível para requerer a libertação.
No entanto, uma comissão do Departamento dos Serviços de Correção e Reabilitação da Califórnia concluiu que Erik “não tem sido um prisioneiro exemplar” e “continua representando um risco injustificado para a segurança pública”.
“Ao contrário do que os seus apoiadores acreditam, você não tem sido um prisioneiro exemplar, e isso preocupa-nos”, disse o comissário Robert Barton a Erik Menendez ao final de uma audiência que durou o dia inteiro, conforme noticiado pela The Associated Press (AP).
“Eu acredito em redenção. Se não, não estaria fazendo este trabalho”, acrescentou Barton. “Mas, com base nos padrões legais, determinamos que continua a representar um risco inaceitável à segurança pública.”
Segundo o comissário, a decisão não se baseou apenas na gravidade do crime, mas principalmente no comportamento de Erik na prisão, incluindo o uso repetido de celulares.
O histórico de Erik na prisão de San Diego envolve contatos com gangues, compra de drogas, participação em fraude fiscal, brigas e outras infrações, segundo a AP.
Durante a audiência por videochamada, Erik explicou que, até recentemente, não via sentido em cumprir as regras porque não tinha esperança de liberdade: “A partir de novembro de 2024, as consequências passaram a importar. Significava que eu estava destruindo a minha vida”, disse, referindo-se ao período em que sua condenação começou a ser revista.
A comissão, formada por dois membros, negou a liberdade condicional por três anos. Após esse prazo, Erik poderá apresentar um novo pedido, e Lyle será ouvido na sexta-feira seguinte.
Em 1989, Lyle, então com 21 anos, e Erik, com 18, admitiram ter baleado fatalmente o pai, José Menendez, executivo da indústria de entretenimento, e a mãe, Kitty Menendez, na residência da família em Beverly Hills.
Os irmãos alegaram que temiam que os pais os matassem para ocultar abusos sexuais sofridos por Erik nas mãos do pai durante anos. O caso passou por dois julgamentos; o primeiro terminou com júri empatado, e muitos detalhes não foram aceitos no segundo julgamento. Procuradores afirmaram que os irmãos buscavam se apropriar do patrimônio milionário dos pais.
Em 2024, a história voltou a ter visibilidade com uma série e um documentário lançados pela Netflix, explorando novamente o crime que chocou os Estados Unidos.